segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Natal de fé e esperança

 


Que o Natal seja de esperança

De fé e confiança

Que o Menino Jesus

Presença de amor e de luz

Possa nos abraçar

E no nosso coração habitar

 

Com muita gente gostaríamos de estar

Mas o real abraço que vamos dar

É o da oração e da comunhão

Aquecido estará o nosso coração

 

Será um Natal de solidão?

Não para quem sabe viver em comunhão

Sabe que tudo isso passará

Vida nova há de brotar

 

Esse Natal é diferente

Transformou a vida da gente

Mas cultivou esperança e amor

Deus Menino vem e conforta toda dor

 

Sozinhos não estamos

Com Jesus, seu nascimento vamos celebrar

Por mais que fizéssemos outros planos

Deus conosco jamais deixou de caminhar.


Texto: ir. Bárbara Santana, fsp

sábado, 28 de novembro de 2020

Advento! Tempo de preparação e de amorosa espera!


Advento (do latim vir, chegar) é um tempo precioso para a fé cristã, ele marca o início de um novo ano litúrgico, o qual, somos convidados a percorrer na certeza da presença de Deus. Trata-se de um mistério, pois somente pela fé podemos acolher esta presença que transforma e dá novo sentido às nossas vidas. 

Por isso, é necessário um tempo de preparação, durante as quatro semanas do Advento, a Igreja nos propõe um caminho para bem celebrarmos a Solenidade do Natal do menino Jesus.

Nas duas primeiras semanas do Advento a liturgia nos ajuda a refletir sobre a última e definitiva vinda do Senhor. Por isso, a liturgia exorta à conversão de vida como condição para este encontro pessoal com o Senhor. Já as duas semanas que antecedem o Natal, é marcada pelo espírito de alegria, de esperança, pois se aproxima a hora tão esperada. 

A encarnação de Jesus, por meio do Espírito Santo, irrompe a história, Deus torna-se pessoa no seio de Maria. Nela, uma humilde, pobre e jovem mulher, prometida em casamento, a Palavra se fez carne e veio fazer morada entre nós. No absurdo, na contrariedade de todas as expectativas, o Salvador se revela na fragilidade e na amabilidade de uma criança.

Mas, o que isso tem a ver com as nossas vidas e com o contexto que estamos vivendo?

Sem dúvida, este ano esta sendo marcado por longas esperas. A pandemia mudou os ritmos, cancelou ou pelo menos adiou projetos, viagens, estudos, celebrações, encontros, fomos obrigados a nos adaptar a tudo.

Coisas boas também aconteceram e talvez uma delas foi a oportunidade de redescobrir o valor das coisas simples como um abraço, um aperto de mão, o sorriso, a presença de alguém, estamos ansiosos pelo momento em que não serão mais necessárias todas essas restrições, então, iremos reencontrar pessoas queridas e já estamos até fazendo planos de quando e como será... só de pensar o coração se enche de alegria.

Com esperança, vivamos este tempo do Advento preparando o lar de nossos corações para acolhermos a novidade de Deus que se fez pobre para nos enriquecer do seu amor fiel para sempre. 

Que a certeza da presença do Deus-Emanuel console e fortaleça o seu caminhar!!!

Abençoado Advento!


Texto: ir. Mery Elizabeth de Souza, fsp 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Experiência Missionária das Postulantes: Gisselle Beatriz, Wendy Pinzon e Cinthia Bogado

 

Gisselle Beatriz, Wendy Pinzon e Cinthia Bogado (da esquerda para a direita)

Somos Gisselle Beatriz (Paraguai), Wendy Pinzon (Colômbia) e Cinthia Bogado (Argentina), e queremos compartilhar com você nossa bonita experiência de adentrarmos um pouco na universalidade de nosso carisma. 

Há 5 meses que empreendemos esta viagem ao Brasil, considerado o “Gigante de Sudamérica”. Deixar nossas seguranças e entrarmos nesta aventura foi um grande desafio. Ao sair das nossas terras deixamos nossa cultura, casa, pessoas que amamos, mas ao entrar na capela do Postulado e olhar para nossa frase carismática, sentimos a certeza em nossos corações de que estávamos em Casa. 

Como qualquer começo sabíamos que ele chegaria acompanhado de muitos desafios, somente não contávamos que o primeiro seria no aeroporto quando, ao tentar pedir algumas informações, não entendíamos o que as pessoas falavam, nem tampouco elas nos entendiam. Com o passar dos dias, o aprendizado da língua, para nós, se converteu num dos maiores desafios. Porém, entre um tanto de aulas, as conversas cotidianas com nossas irmãs, leituras e estudos, aos poucos, conseguimos nos comunicar com maior fluidez. Uma das coisas mais bonitas foi, depois de vários dias, escutar nossas colegas de postulado também falarem algumas palavras em espanhol. Deste modo, nos fizeram compreender que não estávamos sozinhas, mas que caminhávamos juntas e aprendemos umas com as outras. 

Outra grande surpresa foi nos encontrarmos com uma pandemia que chegava à América, mais especificamente ao Brasil. Entre isolamentos, distanciamentos, divisões para as refeições, máscaras e muito álcool em gel, começamos a caminhar nesta nova experiência. 

Percebemos que o distanciamento não foi um obstáculo, mas um bem, pois ajudou a nos conhecermos melhor, a conhecer e respeitar nossas culturas e, o mais bonito, a viver a missão Paulina no mundo. O tempo de oração e estudo foi nos enriquecendo:  o aprofundamento da espiritualidade nos fez amar ainda mais nossas raízes, nossos fundadores, a história das fundações de nossas províncias, nosso carisma e a missão Paulina. 

O apostolado também chegou com um novo jeito. Neste tempo fizemos o apostolado da cozinha (onde descobrimos uma gastronomia um tanto diferente a que nós estávamos acostumadas, porém muito gostosa); o apostolado da limpeza e cuidado com as coisas comuns da casa; também, convidadas por nossas irmãs, nos vimos envolvidas no apostolado digital, no qual descobrimos que nossa missão não tem fronteiras. Neste ambiente digital nos encontramos diretamente com a dor do povo que rezava conosco e se confiavam às nossas orações independente da língua e idades, importava somente que o Mestre Divino fosse comunicado por meio das lives, canções e posts. Nesta experiência, sentimos que nosso coração foi alargado para viver e sofrer esta realidade.  

Hoje damos graças a Deus pela bonita e desafiante experiência de nos abrir o coração à universalidade. Agradecemos a Ele pelas irmãs que nos acompanham e ajudam em nossa caminhada; por esta província que nos acolhe e, sobretudo, agradecemos ao Divino Mestre por segurar-nos com sua graça e guiar nossa caminhada Paulina.

domingo, 11 de outubro de 2020

Ser missionária, experiência de Fé



Ser missionário é sair de todas as comodidades e arriscar-se numa aventura iluminada pelo Espírito Santo. Não se sabe o que está à frente, não se sabe o que virá.. Só se sente o apelo de despojar-se daquilo que se acredita possuir e, guiado pela fé, preencher-se de novos aprendizados que as pessoas e o lugar para onde se foi conduzido lhe proporcionam. 

Ser missionário é abrir-se à graça de Deus, que atua na vida do vocacionado e o leva a uma relação de maior intimidade com Deus e com ele próprio e, ao mesmo tempo, o faz vivenciar uma melhor relação com a natureza, com as pessoas.

Ser missionário é ser enviado à missão, primeiramente, por Deus e, no meu caso, por condução divina, ser enviada pela delegação a qual pertenço. Assim, abrir-me e acolhi meu itinerário, sem esquecer que, no lugar que estivesse, deveria testemunhar e anunciar Cristo Mestre, Caminho, Verdade e Vida. 

Uma frase bíblica que me faz pensar e me ajuda a viver a missionariedade é Gn 12,1.  “O Senhor diz a Abrão: ‘Sai da tua terra, do meio de teus parentes, da casa de teu pai e vai para a terra que eu vou te mostrar’. ” Acredito que esse versículo não se cumpre somente na minha vida, mas de toda pessoa que busca lutar por seus ideais ao longo da vida. Sair significa transformação, ir além das experiências conhecidas e mergulhar num mundo de novas possibilidades que levam a repensar a vida e aprofundar o seu ser.

Hoje, há quase cinco anos em terras brasileiras, digo que tenho aprendido com a riqueza das pessoas deste maravilhoso país, que, na sua diversidade de culturas, se  abre para acolher quem vem de fora. É o escutar o Sai e o Vai! Gosto da maioria das comidas que tenho experimentado, gosto do temperamento alegre do povo e, depois de um tempo, mesmo quando não foi fácil aprender a falar o português, tenho vencido barreiras que, sem o desafio do novo idioma, não teria vencido.

Meu irmão, minha irmã, se escutarem o “Sai” e, se desejarem fazer essa aventura com o Senhor, não tenham medo de abrir-se a uma experiência missionária. Em qualquer lugar que tiverem oportunidade de estar, tenham a certeza de que esse Sair vai levá-los a ser pessoas melhores, felizes e de bem com a vida.

Que o Divino Mestre nos abençoe e nos conceda a graça de ouvir o Seu chamado.

 “ Vai “ pelos Seus caminhos...

Obrigada ir. Marianny Arrieche, fsp pela experiência partilhada conosco! Um abençoado mês missionário!  

domingo, 27 de setembro de 2020

Só nos resta Contemplar!


 Nossa Ir. Sidiana fez sua Páscoa definitiva nesta manhã, domingo do Senhor.  Exatamente no mesmo dia em que completava 22 anos de sua profissão religiosa. 
Tem uma frase incômoda do filósofo Voltaire, que diz: "Os religiosos são estranhos, entram na religião sem se conhecer, vivem sem se amar e morrem sem se chorar".  Ah, meu caro, Voltaire, você estava errado! Talvez, isso se aplique a um caso ou outro, mas não é bem assim. Talvez, se assim fosse, doeria menos a partida de cada irmã, de cada irmão.
Desde que entrei na Congregação, não há uma só irmã que morra que nós não sintamos sua ausência, que não compartilhamos suas lembranças, que não choramos sua partida.
Hoje, infelizmente, foi você, minha irmã Sidiana. Deus passou no nosso jardim e colheu a flor vicejante que encontrou. Para nós, foi cedo demais, tinha tantos sonhos missionários, tantos planos, tanta coisa ainda para realizar... Mas, para Deus, tudo indica que já estava pronta. Mistérios que só nos resta contemplar, mesmo em meio a lágrimas.
Sua partida me fez pensar na dialética da vida. Ontem vivi uma alegria imensa com a profissão perpétua do meu irmão. Hoje, acordo com a triste notícia de sua morte. E o interessante é que um sentimento não apaga o outro. Continuo feliz por meu irmão, e estou muito triste por tua morte.
Sua partida me fala de como a vida é efêmera, passageira, um sopro.
Sua partida me fala da necessidade de viver e amar plenamente e a cada momento.
Sua partida, Sidiana, é sua última ação missionária nessa terra, que nos ensina que não há tempo a perder com coisas sem importância. Que devemos dizer sem medo e sem vergonha que amamos as pessoas com que vivemos, pois amanhã pode ser tarde. Que devemos viver com leveza e desapego, pois tudo o que deixamos são lembranças, e o que levamos são imagens de quem amamos.

Obrigada, irmã Sidiana, por todo o bem que você realizou ao passar entre nós. Apresenta ao Mestre nossos medos e necessidades que você tão bem conhece. E pede a Ele para cada Filha de São Paulo a graça de saber viver nossa consagração como se fosse nosso último dia.

Texto: ir. Cristiane Rodrigues de Melo, fsp



quarta-feira, 24 de junho de 2020

Eu digo sim!

Sim àquele que primeiro me amou.
Sim a vida que fecunda outras vidas.
Sim a Sua presença na Palavra e na Eucaristia.
Sim aos modelos de discipulado: Maria Santíssima e Paulo.
Sim a vocação para qual fui chamada.
Sim aos anos de formação. 
Sim a conhecer lugares pelo Brasil.
Sim para sentir o carinho da família e dos amigos mesmo estando longe.
Sim para adorar ao Senhor todos os dias.
Sim a missão de ser a voz (escrita, falada, cantada) de Deus.
Sim para partilhar a vida em comunidade fraterna.
Sim para ser pobre, casta e obediente.
Sim para viver e dar Jesus as pessoas através dos meios de comunicação.
Sim a estudiosidade que me coloca à serviço.
Sim para viver em comunhão com a Igreja.
Sim para somar sorrisos.
Sim para subtrair as lágrimas.
Sim para multiplicar as forças.
Sim para dividir as conquistas.
Sim à felicidade por fazer a vontade de Deus.
Eu digo Sim para dar toda a minha vida com o desejo de que o nome do Senhor seja glorificado e que as pessoas encontrem a paz.

Texto: Suzane dos Santos Marques (Noviça)

Vocação Eu Digo Sim!


Eu sou Marianny Arrieche Olivera, nasci em Barquisimeto – Venezuela, no dia 28 de abril de 1993. Meus pais são Cristóbal Américo Arrieche Jimenez e Maritza del Carmen Olivera de Arrieche. Tenho duas irmãs: Mariam e Mariangel. 

Ingressei na congregação em 30 de junho de 2014, dando início a formação inicial, que durou seis anos. Hoje estou aqui prestes a fazer a primeira profissão religiosa. Foi um tempo vivido de forma muito intensa que me permitiu conhecer-me, dar-me a conhecer e conhecer os outros na sua diversidade. Sair da minha terra (Venezuela) e vir morar no Brasil tem sido uma experiência missionária que gerou um divisor de águas na minha vida.
Esta profissão religiosa será realizada no clima pandêmico, onde a fé deve afiançar-se, porque só em Deus encontramos a segurança e a esperança se torna vida. Desta forma, o grande dia se aproxima, com uma mistura de sentimentos no meu interior, as palavras do Senhor ressoando no meu ser com o seu contínuo “não temas, eu estou contigo”. Nos meus pensamentos, passam as lembranças de tudo o que vivi até hoje e de como minha vida tem-se transformado ao longo dos anos. No meu coração brota a gratidão a todas as pessoas que me acompanham e acompanharam ao longo do caminho, que se tornam prece porque habitam em mim. 
Hoje, fazendo um ato de fé, renovo o meu SIM ao Senhor que me amou e chamou para esta bela missão, com a certeza ‘de que aquele que começou a boa obra há de levá-la à perfeição até o dia de Cristo Jesus’ (Cf. Fl 1,6). Carrego no meu coração todas as pessoas que gostaria que estivesse fisicamente presente neste momento, porque elas também fazem parte do meu SIM e da minha história. 

Acompanhe-nos pelos meios de comunicação, no Facebook: Irmãs Paulinas e nosso canal de Youtube: Irmãs Paulinas, e una-se a esta nossa alegria.

Texto: Marianny Arrieche Olivera (Noviça) 

segunda-feira, 11 de maio de 2020

A verdadeira devoção a Maria

Nos últimos tempos fala-se muito do cultivo da espiritualidade à “verdadeira devoção”, que em última instância consiste em buscar conhecer, amar e imitar Maria, mãe de Jesus. Mas será que realmente conhecemos Maria? De onde nos vem informações sobre a vida desta mulher?
São muitas as pessoas que falaram e falam de Maria, das mais distintas formas: seja através de pinturas, escritos, músicas... que a enaltecem ou não. Mas acredita-se que a fonte mais segura que traz para nós informações de quem realmente foi a mãe de Jesus é a Bíblia. São nos evangelhos, sobretudo em Lucas, que encontramos características de Maria, e o modo como ela respondeu ao chamado de Deus em sua vida, aceitando ser a mãe de Jesus. 
O mais interessante perceber é que o SIM de Maria não foi só no dia da Anunciação, mas foi renovado todos os dias de sua vida, isso observamos em sua participação na missão do seu filho.
Então, podemos nos perguntar?
 - Como posso cultivar a verdadeira devoção a Maria, tendo consciência que no centro de minha vida está Jesus?
A resposta para esta pergunta está nos parágrafos anteriores, ou seja, preciso conhecer Maria, como nos apresenta os Evangelhos. Se formos contemplar as atitudes de Maria nas passagens bíblicas, com o olhar da fé, perceberemos que “Jesus vive integralmente em Maria” . A palavra integral significa inteiro, total e no sentido da espiritualidade paulina, Pe. Tiago Alberione usa essa expressão no aspecto antropológico que abrange as três principais dimensões do ser humano (mente, vontade e coração). 
Maria, a mulher que medita a Palavra do Senhor
Neste sentido, vamos conhecendo o modo que Jesus vive na mente de Maria, a partir dos pensamentos que ela cultivava em sua vida. Podemos observar que o evangelista Lucas “afirma duas vezes que a mãe meditava em seu coração tudo o que se referia ao Filho” (cf. Lc 2, 19.51) . É interessante perceber que Maria medita não só na mente, mas no coração, isso nos faz entender que é uma meditação tão profunda que toca o seu sentimento, ou seja, uma meditação cheia de amor. Maria deixa-se fecundar antes de tudo, pela Palavra, ao acolher, refletir e buscar entender a vontade do Senhor para sua vida. 
Sabemos o quanto é difícil meditar ou refletir sobre algo quando estamos agitados pelo barulho e preocupações do dia a dia. A primeira atitude que Maria vem nos ensinar é ser discípula. Agimos como discípulos de Jesus quando deixamos que o Espírito de Deus habite em nossa mente, nos recolhendo no silêncio e na oração para meditar a Palavra do Senhor que pode ser dirigida a nós através da Bíblia, dos acontecimentos ou das atitudes das pessoas.
Maria, a discípula que se torna mestra em fazer a vontade do Senhor 

Jesus vive também nos desejos de sua mãe, ao tomar posse de sua vontade . 
Depois de meditar o que está acontecendo em sua vida, Maria de Nazaré busca entender o que Deus deseja que ela faça, e é neste processo de liberdade interior, que a jovem deixa seus projetos pessoais em segundo plano, e encontra sua plena liberdade naquilo que é a vontade do Senhor, ao responder como serva, o “Faça-se” (Lc 1,38). E em outro momento de sua vida, ela como Mestra, ensina que encontramos a solução para as dificuldades, obedecendo a palavra do seu Filho (Jo 2,5).
Muitas vezes, em nossas orações, é fácil dizer ao Senhor que desejamos fazer a vontade dele, mas quando aparece a ocasião de fazermos a vontade dele, resistimos. Quem nunca viveu isso? 
Vemos que obediência de Maria aos desejos do Mestre a transforma em ‘rainha-mãe’ no banquete de casamento, porque ela “rege” a casa interior que cada um de nós é, estabelecendo-a solidamente sobre a rocha da Palavra ouvida (cf. Mt, 7, 24). Portanto, com justiça a invocamos como Rainha , porque ela é a mãe do grande Rei: Jesus Cristo.
Maria a nossa mãe e rainha

 O ápice da cristificação de Maria acontece em sua afetividade, porque os laços de sangue da mãe para  filho cedem lugar  a uma nova lógica, que é a do amor, construída pela escuta e prática da palavra (Mt 10, 37. Mc 3,35). 
Deste modo, basta observarmos como Maria foi amadurecendo a sua resposta de amor ao Senhor, ao “ficar junto a cruz de seu filho” (cf. Jo 19, 25) acolhendo seu último pedido (ordem) que seria se tornar, a partir de agora, a mãe de muitos filhos, representados ali pelo discípulo João. 
Portanto, viveremos uma verdadeira devoção a Maria contemplando suas atitudes nos evangelhos, aprendendo o seu jeito de amar e atualizando os seus ensinamentos para os dias de hoje, no cotidiano da nossa vida; será assim que comunicaremos Jesus ao mundo, como fez sua mãe.  

Bibliografia:
FORLAI, Giuseppe. Mãe dos apóstolos: viver Maria para anunciar Cristo. São Paulo: Paulus, Paulinas, 2015

Texto: Irmã Fabíola Medeiros, fsp

sexta-feira, 20 de março de 2020

4º DOMINGO DA QUARESMA - QUE NOSSOS OLHOS FALEM DE ESPERANÇA

Olhos abertos e curados
Esperam sempre pela aurora.
Enxergar a vida com esperança
É fruto de um Encontro.

QUE NOSSOS OLHOS FALEM DE ESPERANÇA

Vemos diante dos nossos olhos um tempo difícil. As notícias nos dizem, sentimos na própria pele. Mas também vemos um tempo de esperança, de crescimento na fé e na fraternidade. Mas estamos VENDO esse tempo? 
O Evangelho deste IV Domingo da Quaresma (Jo 9, 1-41) é rico em detalhes, diálogos e merece uma atenta leitura e contemplação. Tantas palavras se repetem: cego, olhos, enxergar, ver... Mas além de todos esses detalhes essa passagem merece o nosso precioso tempo para VER um encontro transformador. Um cego de nascença, mendigo, que foi curado e pôde enxergar pela primeira vez o mundo, seus pais, os seus interlocutores e enfim distinguir o dia da noite. Ele enxergou Jesus e a nova visão da vida que só o Senhor pode dar! 
Ver e interpretar os sinais dos tempos é certamente uma tarefa necessária. É a arte do discernimento cristão: com os olhos de Deus ver, distinguir, escolher, decidir. Interpretar o tempo presente é um exercício de liberdade, de resistência às visões banais e alarmistas. Se não compreendemos ainda o que vivemos e a noite não nos permite enxergar a aurora de um novo dia, deixemos então que cada ação, cada palavra seja orientada pelo bem. Deixemos que nossos olhos sejam curados pela leitura do Evangelho. E então veremos Deus no meio de nós, em nós. Na verdade, muitos se perguntam: “Onde está Deus? Não o vejo, parece que não está aqui”. Deus está onde o deixamos entrar!
Sim, deixemos que Ele entre em nossa casa e que através dos nossos olhos Ele veja esse mundo com compaixão. Que nossos olhos curados por Ele falem de ESPERANÇA.

Três olhares sobre a Palavra
Ir. Ana Paula Ramalho, fsp (Reflexão)
Ir. Janine Boaventura, fsp (Desenho)
Ir. Rosa Ramalho, fsp (Poesia)

segunda-feira, 16 de março de 2020

Dom Fernando acolhe aspirantes à vida religiosa e ao sacerdócio na Catedral

O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, recebeu na catedral metropolitana neste domingo (15/03) os novos aspirantes à vida religiosa e ao sacerdócio que darão início a sua formação no território da Arquidiocese. Mantendo a tradição, o arcebispo presidiu celebração eucarística marcando o início do ano letivo no Seminário Propedêutico, nas congregações religiosas e nos seminários de outras dioceses do Regional NE2 que estão localizadas dentro do território arquidiocesano.
 A missa foi concelebrada pelo cura da catedral, monsenhor Albérico Bezerra; pelo vigário episcopal para os Ministérios Ordenados e Vida Religiosa e Consagrada, padre Sandro Corazza; pelo reitor do Seminário Propedêutico, padre Josivan Sales; e pelo padre Chagas, formador dos Passionistas.
Cerca de 50 jovens vocacionados participaram da celebração, a convite da Comissão dos Ministérios Ordenados e Vida Consagrada (Cmovic) da Arquidiocese, que busca promover, despertar, cultivar, animar e acompanhar as vocações. No convite enviado aos jovens, como em Gênesis a Abrão, estava escrito: “Deixa tua terra, vai para a terra que eu te mostrar”. Estiveram presentes formadores, seminaristas e aspirantes das congregações Paulina, Salesiana, Franciscana, Beneditina, Passionista e outras.
Para Talita Ferraz, de 20 anos, que veio de Minas Gerais para iniciar sua formação em Recife na Congregação das Filhas de São Paulo, mais conhecida como Paulinas, a acolhida foi muito importante. “Eu me permiti viver a vocação, seguir o chamado, e sei que com Jesus à frente, tudo vai dar certo”, disse a aspirante. “Espero que mais jovens tenham essa graça”, completou.

De fato, muitos jovens estão descobrindo e abraçando suas vocações. Os seminários Propedêutico (Menor) e Nossa Senhora da Graça (Maior), da Arquidiocese de Olinda e Recife, têm hoje em formação 97 seminaristas. Outras dezenas de jovens seguem em formação nas congregações e institutos religiosos.
A caminhada dos futuros padres e religiosas é extensa: são nove anos para os meninos até a ordenação sacerdotal e cinco anos para as meninas até os primeiros votos – com formação estendida para elas de mais cinco anos até os votos perpétuos.
Segundo o padre Josivan Sales, reitor do Seminário Propedêutico da Arquidiocese, que está localizado na cidade de Igarassu, no litoral norte do estado, tão importante quanto uma formação séria para os jovens vocacionados é a oração dos fiéis católicos por sua perseverança, discernimento e entrega.  “Graças a Deus, nossa Arquidiocese tem recebido jovens comprometidos, que vivem sua vocação e se preparam com responsabilidade para o ministério, sabendo que a vida do sacerdote é servir como Jesus por onde for”, comentou o reitor.

Fonte: https://www.arquidioceseolindarecife.org/dom-fernando-acolhe-aspirantes-a-vida-religiosa-e-ao-sacerdocio-na-catedral/

segunda-feira, 9 de março de 2020

Acolhida das Aspirantes

No dia 05 de março de 2020, ingressaram na primeira etapa formativa das Filhas de são Paulo (Irmãs Paulinas) às jovens: Francisca Emanuely (Teresina/PI); Kamila Tarigo (Campo Bom/RS); Maria Flavia Damasceno (Mucambo/CE); Roseane Tenório (Brejinho/RN) e Talita Amaro (Volta Grande/MG). Provenientes dos diversos estados do Brasil, as aspirantes se colocaram a caminho para discernir, à luz da própria vocação, a vontade de Deus para suas vidas.
 Acompanhadas e sustentadas por Maria, Rainha dos Apóstolos e são Paulo apóstolos seguirão o caminho de descoberta vocacional na experiência diária da vida comunitária; espiritual e apostólica. No decorrer desse processo, gradualmente, irão assumindo a essência da vocação paulina: “Viver e comunicar ao mundo, Jesus Mestre Caminho, Verdade e Vida”. 
Acompanhamos vocês com as nossas orações. Um abençoado caminho à Vida Religiosa Paulina.


sexta-feira, 6 de março de 2020

II Domingo da Quaresma - Escutar o Filho Amado com todos os sentidos

ESCUTAI-O!
Com os olhos 
dos ouvidos abertos,
toca-se tudo de um modo diverso.
Sente-se o sabor
de cada palavra,
mel e fel, amor e profecia.
O perfume da ressurreição 
exala a partir de nós.

ESCUTAR O FILHO AMADO COM TODOS OS SENTIDOS

Nesta Segunda Semana da Quaresma subimos uma alta e linda montanha com Jesus, a ponto de querer permanecer lá diante de tamanha beleza e paz. Nós subimos como seus convidados especiais e descemos como seus amigos íntimos, levando dentro de nós o segredo da nossa esperança. E naquele lugar com gosto de Céu, somos surpreendidos com uma Presença luminosa e um convite simples e ao mesmo tempo desafiador para os nossos tempos: ESCUTAR. A voz do Pai gentilmente nos convida à escuta que vai além dos ouvidos. É SENTIR o perfume de esperança, TOCAR o seu Amor concreto, VER sua Presença nesse instante, SABOREAR e nutrir-se de sua Palavra.
O Evangelho deste Domingo (Mt 17, 1-9) nos convida a escutar com todo o nosso ser o Filho Amado, mas também nos interpela a aprender com Ele a sermos atentos à Divina Voz, que nos fala na Palavra, no sacrário da nossa consciência, em todos acontecimentos, na alegria e na dor. Pedro subiu com Jesus e queria permanecer na montanha. E quem de nós já não quis parar o tempo para eternizar uma alegria ou estancar um sofrimento e construir uma casa estável junto de quem se ama e viver à sombra desse Amor sem a dor e a finitude?
Porém, não podemos voltar ou adiantar o relógio, mas em todas as situações que nos tiram o chão podemos perceber os passos do Filho Amado que se aproxima de nós, que nos toca com suavidade e força e nos diz: "LEVANTEM-SE, NÃO TENHAM MEDO" (Mt 17, 7).
Sim, essas são as palavras do Filho que o Pai nos convida a escutar hoje. A Cruz é inevitável nas descidas e planícies dessa vida, mas se prestarmos atenção, podemos ESCUTAR a presença do Senhor em cada momento e já sentir o perfume da Manhã da Ressurreição.
Para viver bem este tempo quaresmal:
Um exercício simples e muito eficaz de oração é a repetição de uma palavra ou frase da Palavra de Deus. Sugerimos para esta semana a repetição interior (em modo pessoal) das palavras de Jesus no Evangelho deste Domingo: "LEVANTE-SE (seu nome), NÃO TENHA MEDO" (cfr. Mt 17, 7).

Ir. Ana Paula Ramalho, fsp (Reflexão)
Ir. Janine Boaventura, fsp (Desenho)
Ir. Rosa Ramalho, fsp (Poesia)
Três olhares sobre a Palavra

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Uma vida bordada de sonhos

Nas terras do Piemonte, em Catagnito D’Alba, Itália, numa família de agricultores, marcada por um forte testemunho cristão, nasce a grande e pequena Teresa. Uma menina com um coração largo, apaixonado, universal.
Desde sua infância, Teresa foi cultivando dentro de si o desejo de ser religiosa, mas o seu pedido às Irmãs do Cotolengo não foi aceito, dizia-se que ela tinha uma saúde muito frágil. Um não, às vezes pode nos desanimar, mas quando somos firmes e corajosos, o transformamos em um grande trampolim para mais alto alcançar. O seu segredo estava também na oração, onde encontramos ‘a luz, a força e a coragem necessárias para o exercício de nossa missão’. Teresa empenha-se em um novo projeto, dedica-se à arte de bordar e costurar. Borda no mais belo tecido, de simples e firme linhagem, com cor vibrante! Ela borda em sua própria vida, os sonhos que emanam de um jovem coração pulsante.Em sua oficina de costura e bordado, Teresa oferece também às outras jovens, a riqueza dos valores cristãos. Com seu viver alegre, sereno e entusiasta, transmite para elas a beleza da vida em Deus.
Um dia, por intermédio de seu irmão Constâncio, Teresa é convidada para um encontro, onde o Padre Alberione a chama para uma ousada missão: consagrar-se a Deus e dedicar-se ao apostolado da imprensa, onde mais tarde ela diz ‘Queria ter mil vidas para dedicá-las a esse nobre apostolado’. 
Ali, na Igreja de São Cosme e Damião, é reavivado dentro dela aquele desejo de consagrar toda a sua vida a Deus, Teresa plena de gratidão diz SIM! E neste SIM, nascem as Filhas de São Paulo, nasce uma grande obra, a Família Paulina.
Irmã Tecla, a Primeira Mestra como carinhosamente é chamada por nós, suas filhas, tinha um olhar que ia longe, e num vasto horizonte já nos contemplava, via as novas gerações das Filhas de São Paulo. Jovens mulheres, apaixonadas por Deus e por cada ser por ele criado, as mulheres e os homens do novo tempo, do hoje, do agora, sedentos da verdade que somente no Mestre Jesus se pode encontrar.
Você que lê, junte-se a nós! Como a jovem Teresa, emprestemos também ‘os nossos pés ao Evangelho, para que a Boa Nova de Deus corra veloz e chegue assim a todos as pessoas’. Não tenhamos medo dos desafios presentes no seguimento a Jesus, abracemos com esperança e paixão, o hoje e o amanhã da nossa história, é o próprio Deus que nos chama. Vocação eu digo Sim!

Janine Boaventura, fsp


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Curso de Preparação à Profissão Perpétua


Jovens paulinas de diversas nações se reúnem na Itália para dar início ao curso de Preparação à Profissão Perpétua.

“Línguas diferentes, mesmos sentimentos fazendo de nós um só”.

No dia 01 de Fevereiro de 2020 iniciou-se em Tor San Lorenzo, Itália, o curso de preparação à profissão perpétua das Filhas de São Paulo (Irmãs Paulinas). São dezoito jovens vindas de oito nações e preparam-se para o Eis-me aqui, Senhor definitivo. Será um percurso de cinco meses, tempo de mergulhar no legado profético e missionário do fundador, pe. Tiago Alberione.

A preparação à profissão perpétua será também a vivência de um processo intercultural, pois possibilitará o contato com as diversas ações carismáticas realizadas em cada lugar de missão. A missa de abertura contou com a presença da superiora geral, Sr. Anna Caiazza e seu conselho e foi presidida pelo padre paulino, Boguslaw Zeman, SSP. As palavras de abertura foram cheias de fé, entusiasmo e convite para adentrar na beleza do mistério da vida consagrada paulina. 
O principal incentivo veio do Evangelho do dia, “Passemos para a outra margem” (Mc 4, 35), é o convite de Jesus para dar mais um passo na caminhada e principalmente fortificar a certeza da sua presença na vida de cada uma. A superiora geral deixou o seu recado para o grupo, a partir da motivação de (Jo 15, 16) “Não fostes vós que me escolhestes; ao contrário, Eu vos escolhi”. Um apelo para sentir o chamado do Senhor e perceber o seu grande amor.
“Recomendamos-nos as orações de todos os irmãos e irmãs, para que esse tempo seja fecundo, repleto de esperança, fé e entusiasmo profético e missionário”.

Gizely Mendes Pinheiro, fsp (Em preparação à profissão perpétua – Itália)

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

São Paulo, apóstolo de Jesus

Palma il Giovane - Museo del Prado  
Conhecer Paulo é poder fazer a contemplação da ação de Deus em nossa vida, é perceber a presença de um Deus que age por amor e com uma misericórdia infinita.
Paulo, nasceu em Tarso, na região da Cilicia, Ásia Menor, atual Turquia. Apesar de ter nascido em Tarso, ele foi criado em Jerusalém e veio de uma família judaica. São Paulo teve boa formação cultural e religiosa, foi um grande conhecedor da Sagrada Escritura e um fiel observador das leis. Quanto à profissão, era fabricante de tendas, profissão do pai.
Paulo era cidadão romano, o que na época lhe dava alguns direitos como a participação da assembleia do povo, onde se decidiam a respeito da organização da cidade. Muito respeitado, agia sempre segundo as leis prescritas.
Ele só não sabia que em pouco tempo sua vida mudaria totalmente. A entrada de Jesus na vida de Paulo o marcou profundamente. Foi na estrada de Damasco que ele teve a maior experiência da sua vida (At 9, 1-19). A partir daquele momento ele jamais seria o mesmo. A sua missão está enraizada na experiência feita no caminho de Damasco. Foi o encontro com Jesus que o fez mudar radicalmente. Jesus o conquistou para sempre. Mais tarde, ele dirá: “Para mim o viver é Cristo” (Fl 1,21).
Foi preciso Paulo fazer a experiência da escuridão, ficando cego por três dias numa total incerteza do seu destino para poder entregar-se nas mãos de quem o chamou. Nem tudo Paulo entende, o mistério é grande demais...
Deus tem um projeto, Paulo vai descobrindo aos poucos. Entre erros e acertos, ele segue firme, caminha com coragem, persiste até o fim.
Em sua noite escura aparece Ananias, enviado por Deus, que o ajuda a libertar-se da cegueira, o acolhe na comunidade, o faz sentir-se irmão e revela a Paulo a vontade de Deus sobre ele: “Esse homem é um instrumento que eu escolhi para anunciar o meu nome aos pagãos, aos reis e ao povo de Israel” (At 9, 15).
Paulo terá dificuldades, irá sofrer por ter aceitado o projeto de Deus para ele. No entanto, ele jamais esquecerá da experiência feita na estrada de Damasco, essa lembrança irá dar-lhe forças e o fará superar todos os desafios.
Paulo faz a experiência do amor de Deus por ele, e tudo o que ele fizer será para agradecer por esse amor que Deus o fez experimentar. Por isso, trabalha com coragem, não mede sacrifícios, age com convicção e sobretudo com amor: “O amor de Cristo nos impulsiona” (2Cor 5,14). Por onde passa forma comunidades, as anima, fortalece e consola. Quando está longe as acompanha por meio de suas cartas. Paulo sente-se obrigado a levar o Evangelho a todos, sem distinção: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho” (1 Cor 9, 16).
No seu caminho, Paulo também terá grandes alegrias. Ele se sentirá feliz por responder com fidelidade ao chamado de Jesus. No fim de sua vida ele afirma: “Combati o bom combate, terminei minha carreira, conservei a fé” (2 Tm 4,7).
Hoje Deus continua chamando e por meio de todos os que são chamados, revela o seu amor e fidelidade ao seu povo. 

Ir. Maria Goretti, fsp.