sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Irmãs Paulinas, 91 anos de presença evangelizadora no Brasil

A Congregação das Irmãs Paulinas nasceu na Itália, em 1915, mas o espírito missionário a impulsionou para além-fronteiras. O primeiro país a ser escolhido para receber as Irmãs foi o Brasil. Assim, Padre Tiago Alberione, fundador da Congregação, enviou duas jovens irmãs para o Brasil: Irmã Dolores Baldi, em 21 de outubro de 1931, que desembarcou no Porto de Santos, em São Paulo, foi a pioneira a deixar a Itália como missionária além-fronteiras, e dois meses depois Irmã Stefanina Cillario, em 28 de dezembro do mesmo ano.




Duas irmãs italianas jovens, que deixaram o seu país, atravessaram o continente e chegaram ao Brasil, trazendo em suas malas: a alegria, o entusiasmo, a coragem, a fé e, principalmente, o amor pela vocação e missão paulina. Nos inícios da fundação, não foi nada fácil, pois para elas tudo era desconhecido: o idioma, a cultura e tantas outras características próprias do Brasil, mas isso não foi impedimento para as irmãs, pelo contrário, foi motivação e impulso para dedicar o tempo, as energias e a própria vida nesse país que, até então, era desconhecido, mas que com o passar do tempo, se tornou “sua” terra de missão.

Inicialmente, Ir. Dolores e Ir. Stefanina empenharam-se em visitas às famílias. De porta em porta elas ofereciam folhetos, Bíblia e outros livros. E assim, as Filhas de São Paulo tornaram conhecida a missão paulina. Carregando pesados pacotes, malas cheias de livros, debaixo de sol e chuva, às vezes, em meio a perigos, elas, com muita alegria, saíam para o apostolado da propaganda, como chamavam, e retornavam para suas comunidades com as malas vazias, porque não havia uma pessoa que não adquirisse um livro, e recebiam o folheto oferecido pelas irmãs. Foi assim que as primeiras irmãs iniciaram a missão. Não foi nada fácil, mas o desejo de tornar Jesus Mestre conhecido e amado por todos e o amor pelas famílias e pela missão as impulsionavam.

            Em 1934, as irmãs adquiriram uma antiga tipografia e começaram a fazer as primeiras impressões de livros e mensagens. Em 08 de dezembro de 1934, foi impresso o primeiro número da revista Família Cristã, e assim, a missão paulina começou a tomar corpo e a expandir-se no Brasil. Aos poucos, jovens brasileiras sentiram-se motivadas a assumir, também, esta missão.

No Brasil, nossa missão iniciou do nada, dizia Ir. Dolores. Mas a fé na bondade e providência de Deus, a dedicação incansável e a criatividade de todas as irmãs, desde os inícios, fizeram frutificar a missão paulina e hoje estamos comemorando 91 anos de presença Paulina neste país.

Hoje, somos as continuadoras dessa linda missão, iniciada por irmãs que, para nós, representam coragem, confiança na Providência de Deus, criatividade e resiliência. A expansão da nossa missão em quase todos os Estados brasileiros e a credibilidade da nossa missão deve-se ao empenho dessas pioneiras, e também de muitas outras irmãs, colaboradores, cooperadores que continuamente assumem conosco, com coragem, fé, entusiasmo, criatividade e ousadia, a missão paulina de Viver e Comunicar Jesus Mestre Caminho, Verdade e Vida na cultura da comunicação.

Obrigada Ir. Dolores e Ir. Stefanina pelo pioneirismo de vocês no Brasil. Graças à coragem e ousadia de vocês, nesse mês de outubro, estamos comemorando 91 anos de presença evangelizadora no Brasil. Continuem intercedendo pela nossa missão espalhada por todo o Brasil, e principalmente pelas vocações, para que as jovens, ao sentirem o chamado de Deus em seu coração, tenham coragem de responder sim e com alegria consagrarem suas vidas nesse nobre apostolado da comunicação.

                                                                                             

Ir. Sheila Silva Araújo, fsp 

terça-feira, 11 de outubro de 2022

Primeira Missionária

 



“Aos 17 anos, imaginava-me no meio da floresta, procurando pessoas que nunca tinham ouvido falar de Jesus, para que eu lhes ensinasse o Catecismo. Sempre pensei que as missionárias e os missionários, como amam muito a Deus, se dedicassem à catequese, à evangelização, para que todas as pessoas O conhecessem e amassem”.

 

Assim se expressou Irmã Dolores Baldi, a primeira Irmã a sair da Itália, vindo ao Brasil “plantar” a Congregação das Filhas de São Paulo – as Irmãs Paulinas – em terras brasileiras.

Em 1929, Dolores participou de um retiro, a convite de seu pároco, onde Pe. Tiago Alberione, fundador da nova Congregação, falou sobre a vida, a espiritualidade e a missão paulinas.

“O silêncio ajudava a refletir. A graça de Deus agia em profundidade. Rezei muito e observei a vida das Irmãs. Percebi que o ambiente, mesmo durante o trabalho, tratava-se de alguma coisa muito diferente. Fiquei entusiasmada pela vida, oração e missão das Filhas de São Paulo e falei com Pe. Tiago Alberione sobre meu desejo de ser missionária. E ele foi claro e decidido: ‘Venha, ingresse o quanto antes’”.

No dia 20 de abril de 1929, com a bênção de seu pároco e com o consentimento de seus irmãos, Dolores deixou sua família e sua pequena cidade, e iniciou em Alba uma caminhada que só terminou, no Brasil, com sua morte em 1999, na realização de seu sonho missionário, na busca de seu Ideal, como Filha de São Paulo.

No final de setembro de 1931, Dolores ouviu com imensa alegria a afirmação de sua Mestra, Irmã Brígida Peron: “Você se lembra de que me disse que queria ser missionária? Pois bem, chegou a hora. Você será a primeira missionária Filha de São Paulo”. Dolores professou os votos religiosos e recebeu do Pe. Tiago – o livro do Evangelho, um crucifixo e um terço, dizendo-lhe: “Nossa Senhora das Dores, ao pé da cruz, colaborou para a salvação da humanidade. Santifica-te, e os brasileiros se santificarão”.

A vida de Irmã Dolores foi uma linda história de fé, dedicação e coragem. Jovem, 21 anos, camponesa marcada pela simplicidade, tendo apenas uma cultura de nível médio, mas amante de Deus, inteligência prática, ardor missionário envolvente, olhar profundo e voltado para o horizonte, Irmã Dolores desembarcou no porto de Santos, SP, no dia 21 de outubro de 1931. Naquele momento assumiu o Brasil como sua pátria, e cada brasileiro e brasileira como irmãos e irmã, por quem rezava diariamente, trabalhava, e a quem muito amou, por quem deu toda a sua vida, suas forças e sua inteligência.

De 1931 a 1966, Irmã Dolores esteve à frente da vida e das atividades das Filhas de São Paulo brasileiras, impulsionando, apoiando e animando cada uma. Testemunhou:

“As Paulinas brasileiras cresceram em número, em sabedoria, em obras e em entusiasmo pela missão, animadas e sustentadas pela mesma força íntima: DEUS”...

“Hoje canto um hino de louvor a Deus porque se serviu de minha pequenez e fez maravilhas, apesar de minhas limitações e faltas, e renovo o propósito de São Paulo: ‘Esquecendo-me do que fica para trás, lanço-me para o que está à frente’ (Fl 3,13)”.

  

E VOCÊ, JOVEM:

O que você sente no seu coração? Já sentiu ou sente o desejo de fazer o bem às pessoas, e servir a Deus em seus irmãos e irmãs? Que tal conhecer a Congregação onde Irmã Dolores viveu feliz durante 70 anos? Que tal arriscar e partir para uma vida onde primam os valores de oração, de missão, de entrega, de fraternidade... e de tantos outros valores que preenchem nossa vida de sentido?

É Jesus quem lhe diz: “Venha, e você verá!”.



Irmã Aparecida Matilde Alves, fsp