Quadro de Maria Rainha dos ApóstolosApresentando o novo quadro sobre Maria, Mãe, Mestra e Rainha do Apóstolos, o bem-aventurado Tiago Alberione entende oferecer, em Maria, a síntese verdadeira do apostolado cristão. - "Apresentar Jesus, oferecer Jesus a todos". Escreve então uma de suas mais belas e significativas páginas (19 de maio de 1935).
"Caríssimos,
diante de nossa Mãe, Mestra e Rainha surge espontânea a invocação: 'Depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto de vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria'. Maria realiza numa luz intensa, seu apostolado: dar Jesus ao Pai, aos homens, ao céu.
Deu Jesus Cristo à terra. Nela Deus glorificou a si mesmo, tornando-se taI11bém homem e Salvador dos homens, fazendo-se, pelo fiat, 'Jesus hominum Salvator', Jesus, Salvador dos homens.
Em nosso quadro, ela relembra a idéia da eucaristia, feita de seu sangue virginal. Oferece o seu fruto bendito, Jesus, apresenta-o, como que segurando com amor suavíssimo, uma hóstia viva, santa, agradável a Deus. Deu-o também ao Pai, que por Jesus recebe uma glória nova, infinita. Mostrou Jesus aos pastores, os primeiros chamados ao berço do Salvador, representando o povo humilde, herdeiro das promessas divinas, que acolhe o reino de Deus com a simplicidade da criança.
Apresentou Jesus a são José, seu esposo fiel e pai legal do Menino; mostrou-o a são João Batista que, como elo de ouro, encerraria a época antiga e inauguraria os tempos novos. Eles representavam os dois tipos de santidade, todas as virtudes e elevações dos dois Testamentos, encerrando em si mesmos toda graça.
Apresentou Jesus aos gentios, representados pelos magos, vindos ao presépio de Belém, primícias das nações que haveriam de constituir um dia a parte preponderante da Igreja católica.
Apresentou Jesus no templo, oferecendo-o menino, vítima digna e sacerdote eterno segundo sua vocação: 'atua salvação que preparaste em face de todos os povos, luz para iluminar as nações ... ' (Lc 2,30-31). Mostrou Jesus aos egípcios, aos quais o levou exilado, cumprindo altíssimos desígnios e realizando antigas profecias.
Apresentou-o em Nazaré, onde cresceu em sabedoria, idade e graça, exemplo perfeito de vida oculta e de virtude, para todos os homens e para todos os séculos. Em Nazaré ele 'começou a agir' (At 1,1) e tornou-se o modelo divino de toda virtude individual, doméstica, social, religiosa, civil. Levou-o ao templo e, levando a efeito os desígnios divinos, apresentou-o aos doutores como sabedoria do Pai, empenhado em 'ouvi-los e interrogá-Ios'; e todos os que o ouviam extasiavam-se diante da sua inteligência e das suas respostas' (Lc 2,46-47).
Apresentou-o aos apóstolos nas bodas de Caná, onde, pela sua intercessão fez soar a hora de sua manifestação e Jesus operou o milagre da conversão da água em vinho: 'Este início dos sinais, Jesus o fez em Caná da Galiléia e manifestou a sua glória e os seus discípulos creram nele' (10 2,11); e por eles a fé foi transmitida ao mundo.
Apresentou-o crucificado, salvação do mundo inteiro, no Calvário, onde o inferno tremeu porque derrotado; exultaram os justos dos tempos antigos aos quais se abriram as portas do céu; abraçaram-se a justiça e a paz; os tempos receberam o sigilo da caridade que se imola pelo amado, sob os auspícios de Jesus Cristo.
Apresentou-o ao Pai, restituindo-o ao céu, no dia da ascensão: o corpo com propriedades gloriosas, as chagas resplandecentes, o lado aberto para liberar dois raios de amor a Deus e às almas; sol de glória do paraíso, força onipotente para atrair tudo a si, cabeça na qual se incorporariam as almas. Pela sua oração, Maria deu o 'Espírito de Jesus Cristo' aos apóstolos e à Igreja nascente. Ela o apresenta a todas as almas piedosas: 'per Mariam ad Iesum', em todas as épocas, em todas as gerações. Ela nos mostrará Jesus quando ingressarmos no paraíso; prostrar-nos-emos diante dele e diante dela, para beijarmos aquelas mãos das quais tantas graças fluíram para nós.
"Maria dá sempre Jesus, como um ramo que sempre o sustenta e o oferece aos homens: passível, glorioso, eucarístico, caminho, verdade e vida para os homens".
(CISP, 37-38)
(CISP, 37-38)
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