O Grito dos Excluídos deste ano (2014) quer ser a expressão dos movimentos sociais que vêm reagindo à tentativa da burguesia encastelada nos poderes da Res-Pública de reeditar a famigerada Lei de Segurança Nacional, lei imposta pelas armas da ditadura civil-militar e derrotada pela persistente resistência e organização popular. Acostumada a “deitar e rolar” sobre os direitos do povo trabalhador, a burguesia não se conforma em ver o povo reocupar os espaços públicos, legitimamente seus e não apenas de alguns privilegiados.
Surpreendidos pelas novas gerações que se rebelam com as falcatruas praticadas por governantes mancomunados com grandes empresas nacionais e internacionais, mas que permanecem impunes, os exploradores do povo de tudo fazem para manter sua dominação e exploração a qualquer custo.
Assim vem sendo o tempo todo. O dinheiro do povo é despejado às mancheias para as grandes empreiteiras que constroem os “elefantes brancos”, superfaturam obras públicas - que sucumbem antes mesmo de serem entregues à opinião pública -, além de favorecerem o agronegócio exportador em detrimento da reforma agrária, entregarem serviços públicos para a exploração do capital privado e jogarem na lata do lixo os serviços essenciais da saúde, da educação, da moradia popular, do saneamento básico, do transporte coletivo de qualidade.
Parcelas significativas das gerações mais jovens já não se iludem com a mídia mentirosa que desinforma, já não aceitam passivamente tanta bandalheira, nem continuarem sendo tratadas como seres humanos de segunda ou terceira classe. Por isso mesmo, vêm ocupando os espaços públicos, expressando seu descontentamento e exigindo mudanças radicais nas políticas deste país.
Nem mesmo a violência brutal de uma polícia ordenada (ou adestrada?) com a colaboração da CIA norte-americana vai conseguir impedir que essa parcela consciente do povo avance na conquista e garantia dos seus direitos, principalmente do direito da manifestação pública legítima, direito consagrado pela nossa Constituição e pela Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas).
Como de costume, a luta é e será árdua, mas não irá parar. O povo já entendeu que nenhum direito cai como chuva, não vem dos políticos de plantão, nem são benesses dos poderosos, nem mesmo vem por milagre como muitos esperam que aconteça.
Como sempre aconteceu e acontece na história dos oprimidos, a libertação é fruto da tomada de consciência, de práticas de enfrentamento com os poderosos e do avanço de sua organização e disposição para a luta.
Também já não cola com a mesma força de antes o engodo preparado pela TV de “atos de violência” de alguns, até mesmo de policiais infiltrados como provocadores - tantas vezes flagrados por câmaras amadoras -, para “criminalizar” o conjunto das ações do povo que protesta e exige Justiça.
O Grito dos Excluídos deste ano entra na sua vigésima edição e se espalha Brasil afora. A cada ano, novas cidades se organizam e preparam suas manifestações. São passos crescentes e necessários para fazer frente às injustiças que continuam sendo praticadas no Brasil.
Os “legados da Copa” não foram suficientes para enganar o povo todo o tempo todo. A verdade nua e crua vai aos poucos aparecendo e mostrando até mesmo para os mais ingênuos que os poderosos, a mídia e os políticos mentem. E isto vai despertando as consciências e gerando rebeldias.
Santa rebeldia quando se transforma em esforço de organização, prática de solidariedade entre os explorados e anseio de libertação e justiça!
* Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo. Publicado pelo Correio da Cidadania (www.correiocidadania.com.br). Em 03 de setembro 2014.
Surpreendidos pelas novas gerações que se rebelam com as falcatruas praticadas por governantes mancomunados com grandes empresas nacionais e internacionais, mas que permanecem impunes, os exploradores do povo de tudo fazem para manter sua dominação e exploração a qualquer custo.
Assim vem sendo o tempo todo. O dinheiro do povo é despejado às mancheias para as grandes empreiteiras que constroem os “elefantes brancos”, superfaturam obras públicas - que sucumbem antes mesmo de serem entregues à opinião pública -, além de favorecerem o agronegócio exportador em detrimento da reforma agrária, entregarem serviços públicos para a exploração do capital privado e jogarem na lata do lixo os serviços essenciais da saúde, da educação, da moradia popular, do saneamento básico, do transporte coletivo de qualidade.
Parcelas significativas das gerações mais jovens já não se iludem com a mídia mentirosa que desinforma, já não aceitam passivamente tanta bandalheira, nem continuarem sendo tratadas como seres humanos de segunda ou terceira classe. Por isso mesmo, vêm ocupando os espaços públicos, expressando seu descontentamento e exigindo mudanças radicais nas políticas deste país.
Nem mesmo a violência brutal de uma polícia ordenada (ou adestrada?) com a colaboração da CIA norte-americana vai conseguir impedir que essa parcela consciente do povo avance na conquista e garantia dos seus direitos, principalmente do direito da manifestação pública legítima, direito consagrado pela nossa Constituição e pela Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas).
Como de costume, a luta é e será árdua, mas não irá parar. O povo já entendeu que nenhum direito cai como chuva, não vem dos políticos de plantão, nem são benesses dos poderosos, nem mesmo vem por milagre como muitos esperam que aconteça.
Como sempre aconteceu e acontece na história dos oprimidos, a libertação é fruto da tomada de consciência, de práticas de enfrentamento com os poderosos e do avanço de sua organização e disposição para a luta.
Também já não cola com a mesma força de antes o engodo preparado pela TV de “atos de violência” de alguns, até mesmo de policiais infiltrados como provocadores - tantas vezes flagrados por câmaras amadoras -, para “criminalizar” o conjunto das ações do povo que protesta e exige Justiça.
O Grito dos Excluídos deste ano entra na sua vigésima edição e se espalha Brasil afora. A cada ano, novas cidades se organizam e preparam suas manifestações. São passos crescentes e necessários para fazer frente às injustiças que continuam sendo praticadas no Brasil.
Os “legados da Copa” não foram suficientes para enganar o povo todo o tempo todo. A verdade nua e crua vai aos poucos aparecendo e mostrando até mesmo para os mais ingênuos que os poderosos, a mídia e os políticos mentem. E isto vai despertando as consciências e gerando rebeldias.
Santa rebeldia quando se transforma em esforço de organização, prática de solidariedade entre os explorados e anseio de libertação e justiça!
* Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo. Publicado pelo Correio da Cidadania (www.correiocidadania.com.br). Em 03 de setembro 2014.
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