A Igreja inicia mais um ano Litúrgico com o tempo do Advento; tempo de esperarmos com alegria Aquele que veio, que vem e que virá sempre ao nosso encontro! Ele vem nos mostrar o rosto de Deus, os gestos de Deus a forma de Deus nos amar, que ultrapassa qualquer forma de entendimento e, não precisa mesmo ser compreendida, somente acolhida!
O Advento (do latim Adventus: "chegada", do
verbo Advenire: "chegar a") é o primeiro tempo do Ano litúrgico, o qual
antecede o Natal. Para os cristãos, é um tempo de preparação e alegria,
de expectativa, onde os fiéis, esperando o Nascimento de Jesus Cristo,
vivem o arrependimento e promovem a fraternidade e a Paz.
Origem do Advento
Há relatos de que o Advento começou a
ser vivido entre os séculos IV e VII em vários lugares do mundo, como
preparação para a festa do Natal. No final do século IV na Gália (atual
França) e na Espanha tinha caráter ascético com jejum abstinência e
duração de 6 semanas como na Quaresma (quaresma de S. Martinho). Este
caráter ascético para a preparação do Natal se devia à preparação dos
catecúmenos para o batismo na festa da Epifania. Somente no final do
século VII, em Roma, é acrescentado o aspecto escatológico do Advento,
recordando a segunda vinda do Senhor. Só após a reforma litúrgica é que o
Advento passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda
definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição
das 4 semanas.
Teologia do Advento
O Advento recorda a dimensão histórica
da salvação, evidencia a dimensão escatológica do mistério cristão e nos
insere no caráter missionário da vinda de Cristo. Jesus que de fato se
encarna e se torna presença salvífica na história, confirmando a
promessa e a aliança feita ao povo de Israel. Deus que, ao se fazer
carne, plenifica o tempo (Gl 4,4) e torna próximo o Reino (Mc 1,15) . O
Advento recorda também o Deus da revelação, Aquele que é, que era e que
vem (Ap 1, 4-8), que está sempre realizando a salvação mas cuja
consumação se cumprirá no "dia do Senhor", no final dos tempos. O
caráter missionário do Advento se manifesta na Igreja pelo anúncio do
Reino e a sua acolhida pelo coração do homem até a manifestação gloriosa
de Cristo. As figuras de João Batista e Maria são exemplos concretos da
missionariedade de cada cristão, quer preparando o caminho do Senhor,
quer levando o Cristo ao irmão para o santificar. Não se pode esquecer
que toda a humanidade e a criação vivem em clima de advento, de ansiosa
espera da manifestação cada vez mais visível do Reino de Deus.
Espiritualidade do advento
Deus é fiel a suas promessas: o Salvador
virá; daí a alegre expectativa, que deve nesse tempo, não só ser
lembrada, mas vivida, pois aquilo que se espera acontecerá com certeza.
Portanto, não se está diante de algo irreal, fictício, passado, mas
diante de uma realidade concreta e atual. A esperança da Igreja é a
esperança de Israel já realizada em Cristo mas que só se consumará
definitivamente na parusia do Senhor. Por isso, o brado da Igreja
característico nesse tempo é "Marana tha"! Vem Senhor Jesus!
O tempo do Advento é tempo de esperança
porque Cristo é a nossa esperança (1Tm 1, 1); esperança na renovação de
todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados, fraquezas,
na vida eterna, esperança que nos forma na paciência diante das
dificuldades e tribulações da vida, diante das perseguições.
O Advento também é tempo propício à
conversão. Sem um retorno de todo o ser a Cristo não há como viver a
alegria e a esperança na expectativa da Sua vinda. É necessário que
"preparemos o caminho do Senhor" nas nossas próprias vidas, "lutando até
o sangue" contra o pecado, através de uma maior disposição para a
oração e mergulho na Palavra.
Texto de Padre Evaldo César
FONTE: http://www.a12.com/formacao/detalhes/advento-tempo-de-preparacao-para-o-natal
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