Em sua homilia, Dom Orlando Brandes, Arcebispo de
Aparecida, destacou, na celebração realizada no dia 10 de outubro, que as Irmãs Paulinas são o “perfume paulino na Igreja”.
Como não poderia deixar de ser, a comemoração dos 90 anos de presença das Irmãs Paulinas no Brasil teve seu ponto alto com a celebração de uma missa no Santuário de Aparecida, presidida por Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida (SP), realizada no último dia 10 de outubro, às 8h, com a presença de 44 Irmãs Paulinas, que já se encaminharam ao Santuário no dia anterior, para participar da novena em preparação da festa da Padroeira do Brasil.
A celebração teve início com a procissão de entrada com a imagem de
Nossa Senhora Aparecida, sendo carregada pela Irmã Ana Marlene Konzen,
Superiora Provincial das Irmãs Paulinas. Tendo início a celebração, a
proclamação das leituras e salmo ficou a cargo das irmãs Fabíola Medeiros,
Helena Corazza e Renilda Formigão. As preces, por irmã Renata Sebastiana
Pereira. Em sua homilia, que teve como tema a salvação, Dom Orlando Brandes
destacou que “as Paulinas são o perfume paulino na Igreja”. E fez alusão ao
importante papel das Paulinas na Igreja e na evangelização, dizendo: “Então,
queridas Irmãs Paulinas, parabéns por nos trazer esse ardor bíblico e essa
comunicação que salva e ajudarmos a nós, em nosso presbitério, nas comunidades
religiosas, nas paróquias...”.Confira, na íntegra, a homilia de Dom Orlando
Brandes na missa que marcou os 90 anos de presença das Paulinas no
Brasil: “Hoje, com as Irmãs Paulinas, celebramos o jubileu de 90
anos de evangelização, de Bíblia, de Paulo Apóstolo por Jesus Cristo. Ninguém,
como Paulo Apóstolo, foi tão missionário, tão evangelizador, tão encantado por
Jesus. ‘Ele me conquistou.’ E é assim que também aqui estamos para sermos
conquistados por Cristo Jesus. A grande pergunta de hoje é ‘o que devo fazer
para me salvar?’. Deus quer salvar a todos e por isso enviou seu Filho para
salvar o mundo inteiro. O problema da salvação não está em Deus. O problema da
salvação está em nós. Na nossa resposta positiva ao amor que salva a todos. É o
convite universal da salvação. Da parte de Deus, não há condenação. Da parte de
Deus, não há perdição. Da parte de Deus, só há salvação. Então, irmãos e irmãs,
veio correndo ao encontro de Jesus uma pessoa apegada à riqueza. Mas, veio
correndo, também buscando a salvação. Então, de joelhos, pergunta a Jesus: ‘Que
devo fazer para ganhar a vida eterna?’. Jesus diz: ‘Olha meu irmão, observe os
Mandamentos’. A pessoa, tão correta, disse: ‘Mestre, eu já observo os
mandamentos, especialmente aqueles do amor ao próximo, na segunda tábua da
Lei’. Jesus ficou impressionado com o homem, correndo, se ajoelhando e não pedindo
cura, como outros que se ajoelharam pedindo cura. Este homem pede a cura maior,
o remédio maior, a salvação. Porque a gente viver e se perder, meus irmãos e
irmãos, que valor teria a vida, que valor teria a missa, sem a salvação, que é
a vida plena ao lado de Deus, aqui e na eternidade. Então, Jesus ficou muito
impressionado e olhou para os olhos daquela pessoa. Sempre os olhos de Jesus
estão fixos nos nossos olhos. Deixemo-nos olhar por Jesus Salvador. Mas, Jesus
vendo o que aquele homem dizia, viu que o caminho da salvação não era somente o
que estava dizendo e falou? ‘Vai, vende o que tens, dá aos pobres, volte e
segue-me’. O homem era muito rico e não se desapegou. É aí que está o problema:
não podeis servir a Deus e ao dinheiro. E nós não sabemos muito lidar com o
dinheiro. Facilmente o dinheiro governa tudo e estraga tudo. A riqueza não é um
mal. Depende do jeito que nós nos tornamos ricos. E, depende do que fazemos com
os bens e com as riquezas. É como esta pessoa, que já tinha a espiritualidade
que cativou a Jesus, mas não conseguiu deixar a idolatria do dinheiro, ficando
triste, abatido e foi embora. Quantas pessoas no mundo vão embora da Igreja, e
vão embora da amizade com Jesus e viram as costas para a proposta salvadora de
Deus porque não se desapegam das riquezas e se tornam um perigo. Jesus disse
aos apóstolos ‘olhem, então o rico não se salva?’. Os ricos apegados,
exploradores, são uma coisa, mas,
para Deus, nada é impossível, pois poderão se converter como Zaqueu, que era
ricaço e ladrão e se converteu. Então ainda há possibilidade de conversão para
os que se desapegam dos bens, enxergam a dor dos pobres e ajudam aos pobres,
adquirindo a maior riqueza e o maior tesouro. E foi isso que Pedro mostrou a
nós, este outro caminho da salvação. Nós deixamos tudo, família, bens, casa e
te seguimos, que salvação tens para nós? Jesus disse: ‘Vocês vão receber cem
vezes mais, porque, abandonando a idolatria do dinheiro, vocês são ricos de fé,
meus queridos discípulos, e ricos de fé somos nós que viemos aqui no
Santuário’. Ricos de fé somos nós, que na nossa pobreza (e o pobre é rico na
fé) ainda ajudamos os mais pobres. Sim, deixamos tudo, mas somos ricos de boas
obras, ricos de caridade, de solidariedade, ricos da Palavra de Deus, ricos da
prudência e da sabedoria, como falou a primeira leitura. Assim, então é que
seguimos esse caminho de Jesus, nos caminhos dos apóstolos e dos discípulos, o
caminho de salvação: orei e me foi dada a prudência. Rezei! Santo Afonso diz
que ‘quem reza se salva’. Viemos a Aparecida também para nos salvar. Salvar do
pecado, nos salvar de doenças, nos salvar de injustiças, mostrai-nos Jesus. E,
como Maria é a Mãe do Salvador, tudo faz para a nossa salvação. Não podemos
esquecer, eu vi tanta gente a pé, nem podendo andar mais, vindo homenagear
Maria, fazendo penitência para alcançar a salvação. A primeira leitura nos diz
para ter prudência, que é o bom senso, para que eu não tenha ídolos, agir na
coerência, interpretar corretamente o que Deus quer nessa altura da minha vida.
A prudência nos ajuda a chegar à vida eterna, indo pelo caminho do bem e
fugindo do caminho do mal. Lembrando que Maria é conhecida como Virgem
Prudentíssima. Assim, chegamos à primeira leitura, que diz que o caminho de
salvação é a Palavra, que vai penetrando como uma espada em nossos pensamentos
e trazendo pensamentos de salvação. São Paulo diz que o Evangelho é força de
salvação. E, claro, que a Palavra vai lá dentro das nossas intenções. Qual a
tua intenção ao rezar? Qual a tua intenção ao fazer o bem? E a Palavra vai nos
purificando. E terminava a leitura dizendo assim: ‘Nós, no final da vida,
teremos que responder à Palavra’. Olha que força salvadora é a Palavra. No fim
da vida, vai ser um diálogo com a Palavra. Segui Jesus Cristo ou não segui? É a
Palavra da salvação. Vamos pedir a graça desta celebração da salvação. Senão, a
gente vai pegar o poder e achar que o poder salva. De jeito nenhum! O poder mal
usado é a pior das desgraças da humanidade. A riqueza salva? Já vimos que não,
sobre o apego à riqueza. Ah, mas a beleza salva. Depende. Se ela é vaidade e
com o desprezo dos outros, a gente também se perde nos caminhos da vaidade.
Então, queridas Irmãs Paulinas, Paulo Apóstolo nos encantou por Jesus Cristo,
judeu, cristão, convertido, místico, profeta, missionário, encantado e
entusiasmado por nosso senhor Jesus Cristo e vocês, Irmãs Paulinas, são o
perfume paulino na Igreja. Dom Luciano de Almeida dizia nos retiros: ‘Vamos ler
as Cartas Paulinas, para nos entusiasmarmos por Jesus Cristo’. Era assim também
São Domingos, grande missionário, que dizia: ‘Vamos ler as Cartas Paulinas para
sermos missionários e nos salvarmos’, porque Paulo Apóstolo dizia: ‘Eu era o
primeiro pecador e fui salvo, salvo pelo sangue de Jesus, e eu vou levar essa
salvação até os confins da terra’, caminhando mais de 16 mil quilômetros.
Então, queridas Irmãs Paulinas, parabéns por nos trazer esse ardor bíblico e
essa comunicação que salva e ajudarmos a nós, em nosso presbitério, nas
comunidades religiosas, nas paróquias, antes de tudo, aprendi com a Irmã Helena
(Corazza) lá em Joinville, quando ela foi lá nos dar um curso sobre
Comunicação, e dizia: ‘A primeira comunicação é a interpessoal’. Não deixemos,
irmãs queridas, que toda essa riqueza da comunicação digital nos afaste uns dos
outros, e sejamos doutorados nos meios de comunicação e péssimos na comunicação
pessoal. Deus os abençoe e o Beato Tiago Alberione de muitas vocações paulinas.
‘Amém’.” A data oficial da chegada das Irmãs Paulinas ao Brasil é 21 de outubro
de 1931, quando a Irmã Dolores Baldi desembarcou no Porto de Santos (SP). No
entanto, o dia 10 de outubro de 2021 coroou os 90 anos de Brasil das Paulinas
com as bênçãos de Nossa Senhora Aparecida em sua casa, a casa da Mãe. As
Paulinas agradecem a todas e todos que fizeram parte dessa história de fé,
trabalho e evangelização. E um agradecimento especial ao padre Eduardo Catalfo,
reitor do Santuário de Aparecida e a todos os padres e irmãos Redentoristas e
aos colaboradores pelo acolhimento. Acolher é evangelizar.
Sobre
Paulinas:
Referência de qualidade, ética e
respeito pela diversidade cultural, Paulinas Editora está presente no Brasil
desde 1931 e, ao longo de sua trajetória, vem sendo reconhecida por sua atuação
com inúmeras premiações, com destaque para oito Prêmios Jabuti – o mais
importante prêmio literário do Brasil, conferido pela Câmara Brasileira do
Livro –, e com participação em feiras literárias internacionais. Assume como
valores em sua ação: Alegria em servir; Amor à missão; Colaboração e
criatividade; Comunhão e participação; Espiritualidade; Harmonia e beleza;
Ética e responsabilidade social.
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