Agradecemos a Deus e a Igreja do Brasil que nos proporciona esses momentos. E que o mês de setembro seja apenas o impulso para que a Palavra, todos os dias, ganhe espaço em nossas vidas!
- Você vai conhecer hoje a experiência que a Ir. Maria Inês nos conta. Verá como nossa vida, as vezes, pode ser espelho da Palavra de Deus!
Uma experiência inesquecível com o povo e a Palavra de Deus
"Sou uma irmã Paulina e levo uma vida missionária, como a do Apóstolo Paulo. O que vou contar é a memória mais emocionante que guardo de todos os meus anos de missão bíblica.
Na casa de formação em Canoas, no Rio Grande do Sul, tínhamos uma equipe missionária de irmãs e jovens estudantes paulinas e uma vez fomos fazer uma semana de animação bíblica no assentamento da Reforma Agrária da Fazenda Anoni, no município de Ronda Alta, diocese de Passo Fundo - RS. As famílias nos receberam alegremente em um barracão que servia de capela, onde ao lado, ferviam as grandes panelas de “arroz-carreteiro” para o almoço comunitário. Fomos conversando sobre a vida e os mais velhos relembraram a noite em que caminharam juntos até a fazenda abandonada que tinham combinado de entrar e ocupar.
Uma senhora disse: “Antes de sair nós amassamos bastante pão para a viagem, porque tinha muita criança, mas de tarde veio o alarme de que o governador tinha mandado reforço policial para a cidade, então nós dissemos: ‘temos que ir agora mesmo’. Enrolamos a massa em panos e levamos nas costas”. Outra pessoa continuou: “Saímos assim que escureceu, pelo meio do matagal fora da estrada”. E uma terceira lembrou “Mas a lua cheia era tão clara que a gente não se perdeu uns dos outros”. Os homens, com lágrimas nos olhos, contaram: “A polícia barrou a estrada com armas, e nós correndo pelo mato como bicho caçado, tentando não fazer barulho cada um com duas ou três crianças no colo, um levando os filhos do outro”. As pessoas iam contando, rindo e chorando ao mesmo tempo: “Mas conseguimos entrar na fazenda.” “Quando o dia clareou, tinha um bando de policiais parados na estrada, olhando para nós abobados sem se mexerem do lugar”. “Não queriam acreditar que a gente já estava aqui dentro”. “Eles nos acharam por causa da fumaça”. “Tivemos que fazer fogo e assar o pão. As crianças estavam com fome”. Depois da memória das famílias, nós fizemos com elas a leitura orante do texto bíblico que descreve a noite em que o povo hebreu saiu do Egito, perseguido pelo exército do faraó, rumo à Terra Prometida. Foi muito grande a emoção ao vermos as semelhanças entre as narrativas. Todos juntos, reavivamos a certeza de que Deus protege os pobres, faz justiça aos oprimidos e caminha entre nós do mesmo modo como caminhou com o povo da Bíblia.
Naquele dia depois do “carreteiro”, do chimarrão, das brincadeiras e conversas familiares, celebramos a Palavra de Deus viva em nós e cantamos ao som dos violões e pandeiros da comunidade: “Também sou teu povo, Senhor e estou nesta estrada...”. Ir. Maria Inês Carniato, fsp
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