Nossa Ir. Sidiana fez sua Páscoa definitiva nesta manhã, domingo do Senhor. Exatamente no mesmo dia em que completava 22 anos de sua profissão religiosa.
Tem uma frase incômoda do filósofo Voltaire, que diz: "Os religiosos são estranhos, entram na religião sem se conhecer, vivem sem se amar e morrem sem se chorar". Ah, meu caro, Voltaire, você estava errado! Talvez, isso se aplique a um caso ou outro, mas não é bem assim. Talvez, se assim fosse, doeria menos a partida de cada irmã, de cada irmão.
Desde que entrei na Congregação, não há uma só irmã que morra que nós não sintamos sua ausência, que não compartilhamos suas lembranças, que não choramos sua partida.
Hoje, infelizmente, foi você, minha irmã Sidiana. Deus passou no nosso jardim e colheu a flor vicejante que encontrou. Para nós, foi cedo demais, tinha tantos sonhos missionários, tantos planos, tanta coisa ainda para realizar... Mas, para Deus, tudo indica que já estava pronta. Mistérios que só nos resta contemplar, mesmo em meio a lágrimas.
Sua partida me fez pensar na dialética da vida. Ontem vivi uma alegria imensa com a profissão perpétua do meu irmão. Hoje, acordo com a triste notícia de sua morte. E o interessante é que um sentimento não apaga o outro. Continuo feliz por meu irmão, e estou muito triste por tua morte.
Sua partida me fala de como a vida é efêmera, passageira, um sopro.
Sua partida me fala da necessidade de viver e amar plenamente e a cada momento.
Sua partida, Sidiana, é sua última ação missionária nessa terra, que nos ensina que não há tempo a perder com coisas sem importância. Que devemos dizer sem medo e sem vergonha que amamos as pessoas com que vivemos, pois amanhã pode ser tarde. Que devemos viver com leveza e desapego, pois tudo o que deixamos são lembranças, e o que levamos são imagens de quem amamos.
Obrigada, irmã Sidiana, por todo o bem que você realizou ao passar entre nós. Apresenta ao Mestre nossos medos e necessidades que você tão bem conhece. E pede a Ele para cada Filha de São Paulo a graça de saber viver nossa consagração como se fosse nosso último dia.
Texto: ir. Cristiane Rodrigues de Melo, fsp
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