“Mestre, pela tua Palavra lançarei as redes” foi o tema do II Congresso Vocacional, promovido pela Conferência Episcopal Latino Americana (CELAM) que aconteceu em Cartago, na Costa Rica, entre os dias 31 de janeiro a 06 de fevereiro. Participaram aproximadamente 480 animadores vocacionais de toda a América Latina e Caribe e também alguns representantes dos Estados Unidos e do Haiti. Para representar o Brasil foram 58 delegados, dentre eles, das Irmãs Paulinas, a Ir. Gervis Monteiro.
Nós a entrevistamos. Veja o que ela nos conta desses dias de congresso:
Ir. Gervis, sobre o que foi tratado nesse congresso?
Um dos temas centrais do congresso foi a Teologia da Vocação, assessorado pelo Pe. Amedeo Cencini. Também outros assessores falaram com a intenção de resgatar a história vocacional em nível de Igreja, mostrando o contexto atual da caminhada da Pastoral vocacional. Fazia tempo que não tinha um congresso assim, o último aconteceu há 27 anos no Brasil. Mas o objetivo principal foi: resgatar uma Pastora Vocacional como uma Cultura Vocacional. Inclusive, Pe. Cencini nos falava que para acontecer uma teologia vocacional precisamos trabalhar três pontos: uma mentalidade vocacional, com o sentido de que a vocação é de Deus, não preciso me apavorar por que não tem vocações mas, me perguntar: será que não tem vocações, ou eu, como dom de Deus, não procuro resgatar essa vocação em mim para que exista pessoas chamadas a determinados ministérios. Ele nos dizia que talvez não tenha vocações por que pensamos muito em números e esquecemos que a vocação é dom de Deus. O meu trabalho é apenas semear, precisamos semear, na medida em que eu semeio, alguém vai nascer e sentir-se chamado, apesar de que ele já é chamado, só precisa responder. Outro ponto é a afetividade vocacional que engloba a nossa espiritualidade, e por fim, o terceiro ponto é a prática, que se refere à metodologia. Essas três dimensões tem que caminhar como pontos centrais para nascer essa cultura vocacional. Quando se trabalha a vocação como algo muito isolado acaba se perdendo e não se cria a cultura. Esses foram os pontos mais fortes.
- Além dos temas trabalhados nas conferências, o que mais aconteceu nesses dias?
Tentou-se também resgatar o sentido bíblico da vocação. Todos os dias, em algum momento, tínhamos a leitura orante em grupos, uma leitura orante com o cunho vocacional. Rezávamos os textos bíblicos que levassem a pensar também na nossa vocação como: Abraão, Elias, Maria, Madalena, São Paulo. Ao mesmo tempo que era uma oração era uma oficina também, por que quem conduzia mostrava que o método da Lectio Divina nessa cultura vocacional é como se fosse a base para que possamos realmente viver a vocação.
- Qual o papel do animador vocacional?
Trabalhamos muito isso: eu como chamado, como pessoa batizada, que tenho uma missão. Eu trabalho a minha vocação para que eu possa ajudar o outro. Eu sou chamada a ser sal. Uma frase marcante foi: “O jovem é livre para escolher a lógica de sua vida, mas ele não é livre para mudar essa lógica que ele já respondeu.” Para mim, a vocacionista é chamada a viver a gratuidade. Por exemplo, quando eu vou numa paróquia trabalhar com catequistas, eu vou trabalhar com esse cunho vocacional, ajudar que as pessoas se sentirem chamadas a ser catequistas. Não é só distribuir folhetos e procurar jovens. Mas estar lá na gratuidade, na simplicidade, na alegria, de modo que as pessoas vejam meu testemunho e se interessem pela minha vida e opção.
- Que luz esse congresso trouxe para você, nossa congregação e para a Igreja?
Tanto como Igreja, como congregação, a luz que nasceu dentro de mim é o anseio de passar para todas o que aprendi lá, não só as animadoras vocacionais, mas todas as pessoas, de uma forma que dentro de nós possa nascer essa cultura vocacional. Eu, como Paulina, como irmã consagrada, como batizada possa ser uma presença que realmente suscite vocações para nós e para a Igreja. Todas nós somos responsáveis pelas vocações. Se eu não trabalho pelas vocações um dia elas podem acabar. Ainda um sonho: que a gente saiba cultivar as vocações que temos. Somos todas responsáveis pelas vocações. O animador vocacional deve viver numa doação contínua, ser aquele que se dispõe.
Agradecemos a Ir. Gervis pela partilha e por seu testemunho!
Com certeza as sementes estão lançadas...
Irmã Gervis lindo testemunho. Saudades eum abraço forte.
ResponderExcluirJucely (Cooperadora Paulina)