terça-feira, 29 de novembro de 2016

A vocação: Diálogo entre duas liberdades

            Partimos, então, dessa interpretação do conceito de vocação: a vocação é um diálogo entre duas liberdades, a de Deus e a do homem ou, mais exatamente, a de Deus que chama a liberdade do homem. O homem existe porque Deus o chama, e existe como ser livre justamente porque Deus o chama à existência com um ato soberanamente livre; Deus, de fato, chama quem ele quer, quando quer e como quer, “Por causa do seu plano salvífico e da sua graça” (2 Tm 1,9): escolhe e chama tanto Zaqueu como Mateus, não vai procurar os chamados entre os “bons” e os bem predispostos .
            Um Deus absolutamente livre no chamado cria ou torna totalmente livre o chamado, livre para dar-lhe resposta, torna-o responsável, literalmente “capaz de dar resposta”; não o amarra a si, não o obriga a amá-lo (veja o jovem rico e o próprio Judas); quando muito o coloca em condições de decidir o que fazer com o dom recebido, para ser livre, como o seu Criador, exatamente.
            Consequentemente, a vocação é no fundo um diálogo, um diálogo com características responsoriais, entre Deus e a pessoa humana, Deus dialogador sempre limitado e, no entanto, chamado a interagir com Deus. O primeiro protagonista da vocação é, portanto, Deus, que é indicado pela Bíblia como “aquele que chama” (Rm 11,9; cf. Gl 5, 8; 1Pd 1,15), desde sempre, como uma definição. A que Deus chama?
(Livro: Quando Deus chama, pag. 13 e 14 – Ed. Paulinas) 
Chamado à vida
            Deus, antes de tudo, é aquele que chama à vida. E esse chamado, de cara, manifesta algumas característica da sua vontade de salvação, mas também do chamado autêntico. Ele, de fato, chama alguém que não existe e não poderia, portanto, responder-lhe, mas Deus o chama justamente para dar-lhe essa possibilidade, e o faz existir, cria nele capacidade, escolhendo-o antes do seu nascimento (cf. Jr. 1,5; Gl 1,15).
            A iniciativa é toda divina e expressa a grandeza de um amor que é tão intenso que determina a existência do amado. É o amor no começo de tudo, e o amor de Deus precede a criação e a quer. Nós todos viemos à vida porque uma Vontade boa no amor antes mesmo que nós existíssemos. E isso é mistério!
            Amou-nos a ponto de fazer-nos desde cedo obedientes ao seu chamado: a nossa vinda ao mundo e à vida é ato de obediência ao chamado divino que nos quis existentes. Desse ponto de vista, a criação é imagem da vocação autentica, como mistério, grande, de graça. E amou-nos, ainda, com uma benevolência pessoal e única, chamando-nos pelo nome, dando-nos a vida e confiando-nos uma missão segundo um projeto pensado exatamente para cada um de nós (cf. Gn. 17,5; Is 45, 4; Jo 10, 3-28).
            O homem não é, por acaso, um projeto pensado por Deus e desenhado pelas suas mãos? Como bem disse Newman: “Eu fui criado para fazer ou para ser alguma coisa para a qual nenhum outro jamais foi criado. Pouco importa que seu seja rico ou pobre, desprezado ou estimado pelos homens. Deus me conhece e me chama pelo nome. De alguma forma, sou tão necessário em meu lugar, como um arcanjo em seu”.
(Livro: Quando Deus chama, pag. 14-16 – Ed. Paulinas)
  
Chamado à fé

            A partir do momento da nossa resposta ao chamado inicial de Deus Criador, a vida de cada um de nós foi com um contínuo suceder de chamados, pequenos e grandes, implícitos ou explícitos, logo reconhecíveis ou velados, mas sempre com o mesmo Sujeito que chama: aquele Deus pai e mãe que depois de nos haver dado a vida nos chama a vivê-la plenamente, no máximo das nossas possibilidades e mais além, segundo um desígnio que ele pensou.
            E mais uma vez a liberdade do homem é chamada a uma opção, no ato mais decisivo e misterioso de toda a vida: crer ou não crer em Deus! Aquele crer que hoje, em particular, significa adesão de todo o ser, crer-amar a Deus com tudo de si, com o coração e a com a mente, com as mãos e com os pés, com as forças, crer como confiar em Deus. [...]
            O chamado a fé articula-se, substancialmente, numa série de chamados posteriores dirigidos sempre à liberdade do homem em diálogo com Deus que chama.
(Livro: Quando Deus chama, pag. 20 e 21 – Ed. Paulinas)
Chamado na Igreja e no mundo

            Enfim, o chamado de vocês acontece num lugar preciso, que é ao mesmo tempo ponto de partida e de chegada do chamado, lugar do seu nascimento e destino final,  as suas raízes e o seu florescimento. Além dessa imagem, dizemos que a vocação de vocês nasce não num lugar abstrato e não está em função da perfeição pessoal de cada um, mas nasce na Igreja e no mundo e está a serviço da Igreja e do mundo. É perigoso esquecer isso. [...]
            Se, portanto, as raízes de vocês estão na Igreja e no mundo, a vida consagrada deve estar firmemente ancoradas nelas, e dar fruto em abundância para a santidade da Igreja e a salvação do mundo, amando sinceramente a sociedade eclesial e a civil. Sem olhar para si mesma.
(Livro: Quando Deus chama, pag. 46 e 47 – Ed. Paulinas)

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Convivência Vocacional em Recife

Dos dias 11 a 13 de novembro de 2016, a Comunidade das Irmãs Paulinas de Recife acolheu 10 jovens para mais uma Convivência Vocacional.
O tema do encontro foi "Avance para águas mais profundas" (Lc 5,4). Motivadas por este tema, as jovens foram convidadas a olharem para suas vidas, percebendo o convite que Jesus faz para dar um novo passo na caminhada vocacional.
Durante a Convivência Vocacional as jovens tiveram a possibilidade de refletirem juntas sobre a importância de tomar decisões na fase da juventude; sobre as Luzes na vida de Pe. Tiago Albeirone, fundador da Família Paulina, e as luzes de Deus na vida de cada uma delas. 
Ainda destacamos os fortes momentos de oração, partilha, dinâmicas de grupo e convivência.

Seguem abaixo, alguns testemunhos das jovens que partilham conosco o que significou ter participado deste Encontro Vocacional:

Nesta última convivência do ano, tive muitas alegrias, emoções, dúvidas e certezas e tudo isso foi um ensinamento. A frase luz que Deus me deu foi " O amor acredita em mim" e se ele acredita em mim eu vou sempre dizer sim.” (Palloma Cézar)

O acompanhamento vocacional é uma renovação espiritual, onde além de termos a oportunidade de conhecer melhor sobre as missões das Paulinas, ainda temos a experiência de nos conhecermos melhor, e ter esse contato mais profundo do que Deus planeja para nossas vidas, é uma experiência que precisa ser vivida para se entender o quão maravilhoso é, é uma purificação na alma e na mente, que as irmãs fazem por intermédio de Deus. Recomendo para todas as jovens que ainda não fizeram, pois é revigorante”. (Ariely Freire)

 "Luz". Foi a grande palavra que definiu esse encontro. Ele foi de grande valia pra mim, para descobrir a minha verdadeira vocação. Estar com as irmãs, partilhar com elas o dia-a-dia foi bastante importante. Então, desejo muito que aconteçam outros encontros parecidos e que mais jovens possa experimentar esse amor de Deus para conosco. (Thainá Karolina)

 Nessa convivência eu pude vê a importância das luzes em minha vida e senti que não é para ter medo do que o Mestre planejou para mim. (Thamara Silva)


terça-feira, 1 de novembro de 2016

Jubileu de prata de Ir. Cícera Gomes

Ir. Cícera Gomes
Dos dias 20 a 31 de outubro de 2016, houve a Semana Vocacional na cidade de Serra Talhada-PE, por ocasião dos 25 anos de Vida Religiosa de Ir. Cícera Gomes (Paulina).
A semana Vocacional foi animada pelas Irmãs Paulinas: Aucilene Moura, Cícera Gomes (Jubilanda), Fabíola Medeiros, Mery Sousa e Ydania Marivel (noviça colombiana).
Irmãs Paulinas
 Os trabalhos missionários aconteceram simultaneamente com a festa da Padroeira Nossa Senhora do Rosário. Durante os 10 (dez) dias de missão foi possível encontrar com quase todos os paroquianos através de visitas às famílias, às escolas, orações comunitárias pela manhã nas Capelas das Comunidades pertencentes à Paróquia, Gincana com Jovens, encontros com diversos movimentos e pastorais, e visitas as várias Instituições daquela cidade, como: APAE, Centro de Recuperação de dependentes químicos, Casa de apoio de crianças órfãs, etc.  
Gincana com Jovens
Agradecemos a Deus por mais esta oportunidade de levar o Carisma Paulino ao sertão brasileiro, agradecemos ao Pe. Miguel Duarte que nos acolheu em sua paróquia durante 10 dias de missão e a ir. Cícera Gomes que há 25 anos continua respondendo SIM ao chamado do senhor com alegria e fidelidade. 
Confira mais fotos:
Oração da manhã com a Comunidade

Visitas às escolas

Visitas às famílias

Celebração dos 25 anos de Consagração de Ir. Cícera, com D. Egídio Bisol e Pe. Miguel