quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Convivência Vocacional – Manaus - AM


Nos dias 23, 24 e 25 deste mês de fevereiro, estiveram em nossa comunidade as jovens: Darcilene Nascimento, Tatiane Aragão, Lorena Lopes e Raina Feitoza, daqui da cidade de Manaus.
Irmãs e vocacionadas

Foram três dias de vivência em nossa comunidade numa partilha de vida e de experiências. Aprofundando a espiritualidade paulina, as jovens puderam descobrir essa riqueza que é o Carisma Paulino.
Vocacionadas
Percorremos um itinerário vocacional: nosso ponto de partida foi o Documento Preparatório do Sínodo para a Juventude, com três palavras-chaves no discernimento vocacional: Reconhecer, Interpretar e Escolher.
Vocacionadas
“Reconhecer diz respeito antes de tudo aos efeitos que os acontecimentos da minha vida, as pessoas com as quais me encontro, as palavras que ouço ou que leio produzem na minha interioridade. Não é suficiente reconhecer aquilo que nós experimentamos: é necessário «interpretá-lo» ou, em outras palavras, compreender para o que o Espírito nos chama através daquilo que suscita em cada um. Para assim escolher um caminho vocacional, tendo uma opção de vida coerente. ” (Juventude, Fé e Discernimento Vocacional).
Assim, concluímos nossa Convivência Vocacional com as Cartas Paulinas, com o objetivo de aprofundar sobre e a vida de nosso Pai e Protetor São Paulo Apóstolo, que se “fez tudo para todos”.
“À causa do Evangelho dedicamos não só o tempo e as energias, mas a própria vida.” (Const. 12)

Ir. Sabrina Mosena, fsp

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Quaresma: tempo de solidão acompanhada


Muitas vezes quando falamos no tempo da Quaresma nos vem à mente tempo de penitência, sacrifícios, jejuns, enfim, tudo aquilo que nos remete a algo triste, difícil e sério; e não pensamos na Quaresma como “Kairós”= tempo de graça.
Os textos dos evangelhos nos dizem que Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto durante quarenta dias e lá foi tentado. Conduzido pelo Espírito para ser tentado? Isso mesmo! Parece algo contraditório, paradoxal, mas muitas vezes em nossa vida o Espírito Santo nos conduz por caminhos que não planejamos, para nos mostrar que dentro de nós existe uma força que nem imaginamos.
Assim também é a vocação. Quando começamos a sentir, escutar e perceber que Deus nos chama para seguir seu Filho Jesus, parece que um vazio, uma solidão toma conta da gente. Mas aos poucos nos damos conta que mesmo sentindo medo e resistências, não estamos sozinhos no caminho, é aí que experimentamos uma fascinante aventura interior que se chama “Solidão acompanhada”.
Muitas vezes os que estão ao nosso lado no dia a dia não veem, não escutam e não entendem, mas nós sentimos que ao nosso lado, ali está Ele, o Espírito Santo que move nossa vontade para as coisas de Deus, da Igreja, para uma vida de mais oração. E aos poucos a oração pessoal silenciosa vai se tornando uma profunda experiência de Intimidade com o Outro, que é o Amado de nossa vida. 
Portanto, se você já sentiu isso, aproveite este tempo de Quaresma e deixe-se acompanhar neste caminho pelo Mestre que deseja estar com você no deserto da vida, Ele é o único que pode preencher toda sede humana.
Procure um sacerdote, uma religiosa ou alguém de sua confiança e fale de seus medos e desejo de seguir Jesus mais de perto, pode ser que Ele esteja lhe chamando, basta você atender a esta Chamad@!
Ir. Fabíola Medeiros, fsp

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Formação Quaresmal para Seminaristas da Diocese de Afogados da Ingazeira-PE


Na manhã do dia 22 de fevereiro de 2018, Ir. Fabíola Medeiros, fsp, esteve no seminário da Diocese de Afogados da Ingazeira, em Recife, com o objetivo de se reunir com os seminaristas da Teologia para refletirem sobre o sentido espiritual/formativo da Quaresma.

O tema usado nesta manhã de espiritualidade foi “A vida que ressurge das cinzas”, inspirado no texto de Pe. Adroaldo Palaoro, sj. Foi uma manhã de oração, reflexão e partilha do caminho espiritual e formativo dos seminaristas.
A quaresma nos possibilita um tempo de parada e reflexão sobre a nossa maneira de viver e se relacionar com os nossos irmãos (as). E favorece a possibilidade de uma nova vida, ou seja, a vivência de atitudes novas, assim como o autor sugere: “Das cinzas surgirá à oportunidade de uma nova vida, mais aberta e expansiva; viver com mais intensidade e criatividade”. Ousemos trilhar esse caminho de conversão!

Ir. Fabíola Medeiros, fsp



sábado, 24 de fevereiro de 2018

Formação litúrgica e Quaresmal em Maceió-AL


Nos dias 17 e 18 de fevereiro de 2018, Ir. Fabíola Medeiros, fsp, esteve na Paróquia São José Operário, no bairro Fernão Velho, em Maceió-AL para assessorar dois encontros de Formação para as lideranças daquela Paróquia.

Os temas dos encontros formativos foram: As partes da missa, com enfoque em Comunicação na Liturgia e Espiritualidade Quaresmal, com ênfase no tema deste ano proposto pela Campanha da Fraternidade: Fraternidade e superação da violência, tendo como lema “Em Cristo somos todos irmãos (Mt 23,8).
Estes dois encontros foram momentos proveitosos de retomada da caminhada espiritual das pastorais daquela paróquia. Além disso, apresentou propostas de Pistas de Ação para o caminho deste ano de 2018.

Agradecemos o convite e apoio do Pe. Marivaldo, que nos proporcionou este momento de partilha e divulgação do Carisma Paulino em meio à juventude.


Ir. Fabíola Medeiros, fsp

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Retiro de Carnaval para a juventude – Casa Magis (Jesuítas)


“As boas vocações estão a serviço da humanidade.” 
(Pe. Alberione)

Na manhã do dia 09 de Fevereiro de 2018, sábado, iniciou o retiro de Carnaval da Casa Magis, com o almoço e com a acolhida dos jovens na Casa de Retiro Vicente Cañas, em Manaus. E contou com a participação e colaboração da Ir. Sabrina Mosena, fsp, que atualmente é responsável pelo setor vocacional das Irmãs Paulinas do estado do Amazonas.


Na parte da tarde, Josiara Reis Articuladora do Eixo de Espiritualidade da Casa MAGIS, apresentou a proposta do retiro. Arthur Amorim, Articulador do Serviço de Comunicação da Casa, fez o momento de integração e confecção dos crachás.
Depois do momento de integração todos foram convidados a preparar o ambiente e suas fantasias para a noite cultural, o carnaval. E antes das brincadeiras de carnaval tivemos a missa presidida pelo padre Silas Silva coordenador da Casa MAGIS Manaus.
Os temas abordados nestes dias de oração, reflexão e descontração, tinha como base o Documento Preparatório do Sínodo dos Bispos sobre a Juventude: a juventude, a fé e o discernimento vocacional.



E com intuito de fortalecer os elementos ressaltados durante as palestras e tirar possíveis dúvidas da juventude, foi organizada uma mesa redonda vocacional: o Papo MAGIS. Dessa forma, foram convidadas pessoas das diversas expressões vocacionais: religiosa, sacerdotal, matrimonial e leiga.
Foram momentos de convivência fraterna, partilhas de vida, vivência na espiritualidade inaciana. E assim fomos construindo junto com a juventude a temática de nosso retiro, com o objetivo de ajudar os jovens no discernimento vocacional em busca de algo mais sólido para suas vidas.  Para que a partir de suas escolhas vocacionais, coloquem-se a serviço da humanidade e sejam sinais de esperança e fraternidade.

Ir. Sabrina Mosena, fsp

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Escola de Formação das Juventudes - Recife - PE


 
A Comunidade das Irmãs Paulinas de Recife – PE, nos dias 17 e 18 de Fevereiro recebeu aproximadamente 25 jovens, os quais participaram do 1º Módulo da Escola de Formação das Juventudes – Pe. Antônio Henrique Pereira Neto. O evento foi promovido pela Comissão Arquidiocesana de Pastoral para a Juventude da Arquidiocese de Olinda e Recife.

O objetivo da escola é favorecer a formação integral das lideranças jovens a partir de uma base espiritual, teológica, pastoral, social e missionária para uma maior inserção dos jovens na Igreja e na Sociedade.
Para isso, a comissão junto com vários parceiros, propõe a ESCOLA DE FORMAÇÃO DAS JUVENTUDES PADRE ANTONIO HENRIQUE PEREIRA NETO, em quatro eixos formativos: 1. Bíblia e hermenêutica juvenil; 2. Juventude no magistério da Igreja; 3. Fundamentos da Ação Social Transformadora da Igreja – DOCAT e 4. Capacitação de lideranças.

Ao longo de dois anos a escola seguirá este caminho com a abordagem das temáticas apresentadas acima, no desejo de que o processo formativo venha ajudar na realização das metas estabelecidas. Além disso, cooperar no desenvolvimento de uma juventude cada vez mais atuante e comprometida na construção de uma sociedade justa, solidária e fraterna.

Ir. Mery Elisabeth Sousa 

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Tecla: Um "Sim" dado com entusiasmo


Tecla Merlo, uma mulher de Deus

Mulher de fé e esperança
Acreditou que o Senhor a escolheu
Para uma singular aventura
Confiante em sua fidelidade,
Fiel até o heroísmo
No supremo dom de si.

Profundamente enraizada
Em Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida
Numa síntese vital une
Contemplação e ação,
Aberta aos tempos novos,
Nos caminhos novos que o Espírito abre à Palavra.

Consciente dos dons presentes
No coração das pessoas,
Acredita no valo
De cada realização humana
E na sacralidade dos meios de comunicação,
Orientados à promoção do ser humano
E a comunicar o sentido da verdadeira vida.

Apóstola audaz,
Anunciou Jesus Mestre
Com o testemunho
De sua vida simples e feliz
E, com confiança total,
Enfrentou os desafios do mundo hodierno
Buscando novas formas,
Novos instrumentos,
Novos caminhos
Para “gritar sobre os telhados”
A beleza da notícia do Evangelho.

(Novena para pedir graças por intercessão da venerável Ir. Tecla Merlo - Editora Paulinas)

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Retiro de Carnaval em Cachoeira Grande – MA


“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.”

Aconteceu no povoado de Queimada da Domingas, localizado no município de Cachoeira Grande – MA, o 26º Retiro Paroquial de Carnaval. A comunidade Nossa Senhora da Conceição e membros de cidades vizinhas, se empenharam para que o evento acontecesse com êxito. Muitas pessoas de boa vontade dedicaram seu tempo, oração e trabalho com o objetivo de possibilitar aos participantes uma rica experiência de fé e encontro com Deus.
Travessia para o local do evento
 Dessa forma, iluminados pelo Espírito Santo, o encontro deu-se início no dia 10 de Fevereiro de 2018, às 14h, com a abordagem do conteúdo da CF, tendo como tema: Fraternidade e superação da violência, e como lema Em Cristo somos todos irmãos (Mt 23,8).


O local do evento é retirado da cidade, o que possibilitou mais contato com a natureza, além de simbolizar a passagem bíblica, na qual Jesus se retirou para um lugar a parte e orou ao Pai. O caminho tinha partes de difícil acesso, mas permanecia dentro de cada retirante era a convicção de que vale a pena arriscar-se para permanecer com Deus e escutar sua voz.

O encontro de estendeu até o dia 13, terça – feira de carnaval, com a Leitura Orante da Palavra, a oração do terço, palestras e gincana, além disso, para aproveitar o momento favorável de recolhimento foi realizada a celebração das cinzas. Tudo foi preparado e conduzido pelo Padre Antônio José Ramos, pároco da Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Cachoeira Grande, Ir. Gervis Monteiro (Irmãs Paulinas) e alguns seminaristas da Arquidiocese de São Luís – MA.
Pe. Antonio José e seminaristas

Ir. Gervis e seminaristas

Após a concretização do retiro, Ir. Gervis expressou: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”. “Foram dias inesquecíveis de oração, partilha e experiência do amor de Deus”. Com isso, convido a elevarmos nossa prece a Deus, para que as sementes lançadas no coração dos participantes, de modo especial da juventude, germinem e se transformem em frutos de amor, esperança e compromisso com o projeto de Deus. 


Texto: Ir. Gizely Mendes Pinheiro, fsp
Fotos: Ir. Gervis Monteiro, fsp


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

É tempo de conversão... É tempo de amor e perdão

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA A QUARESMA DE 2018
«Porque se multiplicará a iniquidade,
vai resfriar o amor de muitos» (
Mt 24, 12)

Amados irmãos e irmãs!
Mais uma vez vamos encontrar-nos com a Páscoa do Senhor! Todos os anos, com a finalidade de nos preparar para ela, Deus na sua providência oferece-nos a Quaresma, «sinal sacramental da nossa conversão»,[1] que anuncia e torna possível voltar ao Senhor de todo o coração e com toda a nossa vida.
Com a presente mensagem desejo, este ano também, ajudar toda a Igreja a viver, neste tempo de graça, com alegria e verdade; faço-o deixando-me inspirar pela seguinte afirmação de Jesus, que aparece no evangelho de Mateus: «Porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos» (24, 12).
Esta frase situa-se no discurso que trata do fim dos tempos, pronunciado em Jerusalém, no Monte das Oliveiras, precisamente onde terá início a paixão do Senhor. Dando resposta a uma pergunta dos discípulos, Jesus anuncia uma grande tribulação e descreve a situação em que poderia encontrar-se a comunidade dos crentes: à vista de fenômenos espaventosos, alguns falsos profetas enganarão a muitos, a ponto de ameaçar apagar-se, nos corações, o amor que é o centro de todo o Evangelho.
Os falsos profetas
Escutemos este trecho, interrogando-nos sobre as formas que assumem os falsos profetas?
Uns assemelham-se a «encantadores de serpentes», ou seja, aproveitam-se das emoções humanas para escravizar as pessoas e levá-las para onde eles querem. Quantos filhos de Deus acabam encandeados pelas adulações dum prazer de poucos instantes que se confunde com a felicidade! Quantos homens e mulheres vivem fascinados pela ilusão do dinheiro, quando este, na realidade, os tornam escravos do lucro ou de interesses mesquinhos! Quantos vivem pensando que se basta a si mesmos e caem vítimas da solidão!
Outros falsos profetas são aqueles «charlatães» que oferecem soluções simples e imediatas para todas as aflições, mas são remédios que se mostram completamente ineficazes: a quantos jovens se oferece o falso remédio da droga, de relações passageiras, de lucros fáceis, mas desonestos! Quantos acabam enredados numa vida completamente virtual, onde as relações parecem mais simples e ágeis, mas depois revelam-se dramaticamente sem sentido! Estes impostores, ao mesmo tempo que oferecem coisas sem valor, tiram aquilo que é mais precioso como a dignidade, a liberdade e a capacidade de amar. É o engano da vaidade, que nos leva a fazer a figura de pavões para, depois, nos precipitar no ridículo; e, do ridículo, não se volta atrás. Não nos admiremos! Desde sempre o demônio, que é «mentiroso e pai da mentira» (Jo 8, 44), apresenta o mal como bem e o falso como verdadeiro, para confundir o coração do homem. Por isso, cada um de nós é chamado a discernir, no seu coração, e verificar se está ameaçado pelas mentiras destes falsos profetas. É preciso aprender a não se deter no nível imediato, superficial, mas reconhecer o que deixa dentro de nós um rasto bom e mais duradouro, porque vem de Deus e visa verdadeiramente o nosso bem.
Um coração frio
Na Divina Comédia, ao descrever o Inferno, Dante Alighieri imagina o diabo sentado num trono de gelo; [2] habita no gelo do amor sufocado. Interroguemo-nos então: Como se resfria o amor em nós? Quais são os sinais indicadores de que o amor corre o risco de se apagar em nós?
O que apaga o amor é, antes de mais nada, a ganância do dinheiro, «raiz de todos os males» (1 Tm 6, 10); depois dela, vem a recusa de Deus e, consequentemente, de encontrar consolação n'Ele, preferindo a nossa desolação ao conforto da sua Palavra e dos Sacramentos.[3] Tudo isto se permuta em violência que se abate sobre quantos são considerados uma ameaça para as nossas «certezas»: o bebê nascituro, o idoso doente, o hóspede de passagem, o estrangeiro, mas também o próximo que não corresponde às nossas expectativas.
A própria criação é testemunha silenciosa deste resfriamento do amor: a terra está envenenada por resíduos lançados por negligência e por interesses; os mares, também eles poluídos, devem infelizmente guardar os despojos de tantos náufragos das migrações forçadas; os céus – que, nos desígnios de Deus, cantam a sua glória – são sulcados por máquinas que fazem chover instrumentos de morte.
E o amor resfria-se também nas nossas comunidades: na Exortação apostólica Evangelii gaudium procurei descrever os sinais mais evidentes desta falta de amor. São eles a acedia egoísta, o pessimismo estéril, a tentação de se isolar empenhando-se em contínuas guerras fratricidas, a mentalidade mundana que induz a ocupar-se apenas do que dá nas vistas, reduzindo assim o ardor missionário.[4]
Que fazer?
Se porventura detectamos, no nosso íntimo e ao nosso redor, os sinais acabados de descrever, saibamos que, a par do remédio por vezes amargo da verdade, a Igreja, nossa mãe e mestra, nos oferece, neste tempo de Quaresma, o remédio doce da oração, da esmola e do jejum.
Dedicando mais tempo à oração, possibilitamos ao nosso coração descobrir as mentiras secretas, com que nos enganamos a nós mesmos, [5] para procurar finalmente a consolação em Deus. Ele é nosso Pai e quer para nós a vida.
A prática da esmola liberta-nos da ganância e ajuda-nos a descobrir que o outro é nosso irmão: aquilo que possuo, nunca é só meu. Como gostaria que a esmola se tornasse um verdadeiro estilo de vida para todos! Como gostaria que, como cristãos, seguíssemos o exemplo dos Apóstolos e víssemos, na possibilidade de partilhar com os outros os nossos bens, um testemunho concreto da comunhão que vivemos na Igreja. A este propósito, faço minhas as palavras exortativas de São Paulo aos Coríntios, quando os convidava a tomar parte na coleta para a comunidade de Jerusalém: «Isto é o que vos convém» (2 Cor 8, 10). Isto vale de modo especial na Quaresma, durante a qual muitos organismos recolhem coletas a favor das Igrejas e populações em dificuldade. Mas como gostaria também que no nosso relacionamento diário, perante cada irmão que nos pede ajuda, pensássemos: aqui está um apelo da Providência divina. Cada esmola é uma ocasião de tomar parte na Providência de Deus para com os seus filhos; e, se hoje Ele Se serve de mim para ajudar um irmão, como deixará amanhã de prover também às minhas necessidades, Ele que nunca Se deixa vencer em generosidade?[6]
Por fim, o jejum tira força à nossa violência, desarma-nos, constituindo uma importante ocasião de crescimento. Por um lado, permite-nos experimentar o que sentem quantos não possuem sequer o mínimo necessário, provando dia a dia as mordeduras da fome. Por outro, expressa a condição do nosso espírito, faminto de bondade e sedento da vida de Deus. O jejum desperta-nos, torna-nos mais atentos a Deus e ao próximo, reanima a vontade de obedecer a Deus, o único que sacia a nossa fome.
Gostaria que a minha voz ultrapassasse as fronteiras da Igreja Católica, alcançando a todos vós, homens e mulheres de boa vontade, abertos à escuta de Deus. Se vos aflige, como a nós, a difusão da iniquidade no mundo, se vos preocupa o gelo que paralisa os corações e a ação, se vedes esmorecer o sentido da humanidade comum, uni-vos a nós para invocar juntos a Deus, jejuar juntos e, juntamente conosco, dar o que puderdes para ajudar os irmãos!
O fogo da Páscoa
Convido, sobretudo os membros da Igreja, a empreender com ardor o caminho da Quaresma, apoiados na esmola, no jejum e na oração. Se por vezes parece apagar-se em muitos corações o amor, este não se apaga no coração de Deus! Ele sempre nos dá novas ocasiões, para podermos recomeçar a amar.
Ocasião propícia será, também este ano, a iniciativa «24 horas para o Senhor», que convida a celebrar o sacramento da Reconciliação num contexto de adoração eucarística. Em 2018, aquela terá lugar nos dias 9 e 10 de março – uma sexta-feira e um sábado –, inspirando -se nestas palavras do Salmo 130: «Em Ti, encontramos o perdão» (v. 4). Em cada diocese, pelo menos uma igreja ficará aberta durante 24 horas consecutivas, oferecendo a possibilidade de adoração e da confissão sacramental.
Na noite de Páscoa, reviveremos o sugestivo rito de acender o círio pascal: a luz, tirada do «lume novo», pouco a pouco expulsará a escuridão e iluminará a assembleia litúrgica. «A luz de Cristo, gloriosamente ressuscitado, nos dissipe as trevas do coração e do espírito»,[7] para que todos possamos reviver a experiência dos discípulos de Emaús: ouvir a palavra do Senhor e alimentar-nos do Pão Eucarístico permitirá que o nosso coração volte a inflamar-se de fé, esperança e amor.
Abençoo-vos de coração e rezo por vós. Não vos esqueçais de rezar por mim.
Vaticano, 1 de Novembro de 2017
Solenidade de Todos os Santos
Francisco


[1] Missal Romano, I Domingo da Quaresma, Oração Coleta.
[2] «Imperador do reino em dor tamanho / saía a meio peito ao gelo baço» (Inferno XXXIV, 28-29).
[3] «É curioso, mas muitas vezes temos medo da consolação, medo de ser consolados. Aliás, sentimo-nos mais seguros na tristeza e na desolação. Sabeis por quê? Porque, na tristeza, quase nos sentimos protagonistas; enquanto, na consolação, o protagonista é o Espírito Santo» (Angelus, 7/XII/2014).
[4] Nn. 76-109.
[5] Cf. Bento XVI, Carta enc. Spe salvi, 33.
[6] Cf. Pio XII, Carta enc. Fidei donum, III.
[7] Missal Romano, Vigília Pascal, Lucernário.


segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Ir. Tecla Merlo: Uma vida pelo Evangelho

Recordando... Queridos irmãos e irmãs vamos iniciar o mês de Fevereiro fazendo memória de Ir. Tecla Merlo, que partiu para a casa do pai no ano de 1964. Uma mulher de grande fé e audácia apostólica. Uma vida doada a serviço da comunicação do Evangelho, por meio da Congregação das Irmãs Paulinas.


Uma história alicerçada no amor a Deus e as pessoas, uma vida destemida e serena com pés firmes no chão, se envolvia na realidade social de sua época. Com um olhar sempre a sua frente, que a impulsionava a transformar a palavra, o som, os meios para comunicar ao mundo a notícia maravilhosa, a beleza de ser de Deus e viver para Deus, comunicar o amor supremo: Jesus Cristo.
Recordando... Seus últimos anos de vida foram como uma oferta ao Pai, não se cansava de oferecer a própria vida pelo êxito da missão paulina e por cada Filha de São Paulo. “No dia 28 maio de 1961, em Ariccia (Itália), durante os Exercícios, na festa da Santíssima Trindade, Mestra Tecla ofereceu a vida para que todas as Filhas de São Paulo sejam santas. No dia 16 de Junho de 1963 foi atingida por um espasmo cerebral. Foi hospitalizada em Albano (Itália)”. Todas as Filhas de São Paulo sentiam fortemente sua serenidade e tão grande carinho que dedicava a cada uma. Não é por acaso que ela proferiu as seguintes palavras: “Se mil vidas eu tivesse, mil vidas eu daria por causa do Evangelho”.

Recordando... Irmã Tecla retoma suas atividades e o seu desejo de fazer ainda mais pelo anúncio do Evangelho cresce dentro dela. “No dia 7 de julho do mesmo ano, restabelecida, volta para Roma para uma breve visita; reúne todas as irmãs na Via Antonino Pio para saudá-las e agradecê-las pela sua cura”.
“A sua serenidade e o abandono em Deus comovem a todas.
Em 22 agosto de 1963 experimenta grande alegria pelo encontro com o papa Paulo VI, na visita à casa de saúde Regina Apostolorum, de Albano Laziale.
Em 22 novembro de 1963 foi acometida  por um novo e mais grave espasmo cerebral. Pe. Alberione lhe administrou  a unção dos enfermos.”
Recordando... E chega a hora de nossa querida irmã se despedir desse mundo, ela já havia cumprido sua missão aqui na terra, agora Deus a chamava para estar com Ele no paraíso. “Em 5 fevereiro de 1964 morreu em Albano, na casa de saúde Regina Apostolorum, após uma hemorragia cerebral. Foi assistida espiritualmente por pe. Alberione. Era uma quarta-feira”. Assim, mais um anjo foi povoar o céu, ser uma estrela a iluminar todas as Filhas de São Paulo e demais membros da Família Paulina aqui na terra.

Ir. Gizely Pinheiro, fsp


sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Dia Mundial da Vida Consagrada

Dia de celebrar a alegria de ser portador de uma grande notícia: o Evangelho.

O mundo está repleto de milhares de pessoas que livremente decidiram dedicar-se ao anúncio do Reino de Deus, consagrados e consagradas que doam suas vidas com alegria, amor e disponibilidade para a evangelização, pessoas comprometidas com a construção de um mundo novo, um mundo mais humano e fraterno. São múltiplos os carismas, que Deus no seu infinito amor faz suscitar na Igreja, para atender as situações que mais necessitam do seu olhar misericordioso.
O amor vai sendo semeado nas escolas, nas Igrejas, nas ruas, nas variadas formas de comunicação, pelos consagrados e consagradas, que generosamente acolheram a vocação que o Senhor lhes confiou. Com ternura e firmeza percorrem caminhos e casas, assim como fez Jesus, para anunciar a verdade, curar os doentes e aliviar as dores da alma.
Neste dia especial, 2 de fevereiro de 2018, festa da Apresentação do Senhor, que a Igreja celebra o Dia Mundial da Vida Consagrada, expressamos nossa imensa gratidão pelo bem que realizam. Com fé afirmam e demonstram com suas próprias vidas, que o Senhor está no meio de nós. Principalmente neste tempo de tanto desespero e desamor que vive a sociedade, diante de tantas crises morais, sociais e vocacionais, precisamos de referência para encontrar o sentido da vida.
Em nota para o portal VATICAN NEWS, o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, cardeal João Braz de Aviz ressalta que, “Vivemos um momento da história humana necessitada de um sentido vocacional da vida. Precisamos de um projeto, de uma fonte de sentido existencial, repleto de alegria e de esperança. Desde a experiência batismal, inseridos na vida de Deus e na sua família, a Igreja, nós consagrados somos herdeiros do patrimônio vocacional e carismático da Igreja e sentimos a alegria e o dever de protegê-lo e promovê-lo”.
Portanto, o Dia Mundial da Vida Consagrada é motivo de muita alegria e celebração, de renovar o compromisso com Deus e com o povo, de não cessar de elevar ao Senhor nossa súplica por mais corações generosos para dedicar-se ao anúncio da alegria do Evangelho e amor de Deus pela humanidade.

Ir. Gizely Medes Pinheiro, fsp